Rituais de iniciação à dor entre homens na musculação: etnografia de uma academia de ginástica
Rituals of initiation into pain between men in bodybuilding: ethnography of a fitness center

Saúde Soc; 28 (2), 2019
Publication year: 2019

Resumo Compreender determinados grupos sociais por meio da lógica dos rituais revela, em parte, o pensar, o agir e o sentir dos sujeitos em dado contexto socioeconômico e cultural. Assim, objetiva-se analisar e discutir de que formas as masculinidades são exercidas na musculação, considerando os rituais de iniciação à dor nas práticas corporais. Pautado pela perspectiva antropológica do interacionismo simbólico, este trabalho etnográfico realizou-se numa academia de pequeno porte localizada num bairro de baixo poder aquisitivo da zona oeste do Rio de Janeiro durante um ano. Os dados indicaram que a pluralidade e a dinâmica da construção identitária entre homens determinam como a diversidade de masculinidades interfere nos modos de conceber ou cuidar do corpo, assim como no engajamento nos exercícios físicos. Esses elementos empíricos contribuem para pensar não somente na intervenção de professores de Educação Física, como também nas práticas de outros profissionais de saúde com seus públicos masculinos.
Abstract Understanding some social groups through the logic of their rituals reveals, in part, the way of thinking, acting and feeling of the subjects in a specific socioeconomic and cultural context. Thus, this study aimed to analyze and discuss how masculinity is exercised in bodybuilding, considering rituals of initiation into pain in body practices. Based on the anthropological perspective of symbolic interactionism, this ethnographic study was performed in a small fitness center located in a low-income neighborhood in the western of the city of Rio de Janeiro for one year. The data showed the plurality and the dynamics of identity constructions between men determine how the diversity of masculinities interferes in the modes of conceiving or taking care of their own body as well as in the engagement in physical exercises. These empirical elements contribute to thinking not only about the intervention of the physical education professionals, but also about the practices of other health professionals with their male public.

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