Rev. bras. geriatr. gerontol. (Online); 22 (2), 2019
Publication year: 2019
Abstract Objective:
to verify if the prevalence of dementia differs between widowed and non-widowed elderly persons and between genders, and to analyse if there is an association with sociodemographic and clinical characteristics. Method:
a retrospective cross-sectional observational study of patients treated at a Behavioral Neurology outpatient clinic from 1999 to 2009 was carried out, employing anamnesis, physical and neurological examination, the Clinical Dementia Rating Scale (CDR) and the Mini Mental State Examination (MMSE). Sociodemographic (schooling and age) and clinical (age of onset of symptoms and time since onset of symptoms, MMSE and CDR) variables were analyzed. The differences were evaluated by the Mann Whitney test, using a significance value of p<0.05. Results:
of 208 patients diagnosed with dementia, 73 (35.1%) were widowed and 135 (64.9%) were non-widowed. Those who were widowed were older than those who were non-widowed (p<0.001) when diagnosed with dementia. This difference in age remained when gender (p<0.001), widowed and widowed women (p<0.001) and widowed and non-widowed men (p<0.001) were compared. The time from onset of symptoms to diagnosis was greater in widowed than in non-widowed men [55.6 (± 86.3) vs. 43.4 (± 44.8) months], although the difference was not statistically significant. Widowed patients with dementia had lower schooling, regardless of gender (p<0.05). Conclusion:
the prevalence of dementia differed between widowed and non-widowed individuals, being higher among non-widows. There was an association between widowhood and the clinical and sociodemographic characteristics, with differences between the genders. The loss of a spouse can generate different outcomes among men and women, necessitating measures with a specific focus on prevention and strategies of care in dementia.
Resumo Objetivo:
Verificar se a prevalência de demência difere entre viúvos e não viúvos, e analisar se há associação com características sociodemográficas e clínicas, bem como diferenças entre os sexos. Método:
Estudo observacional transversal retrospectivo que analisou prontuários de pacientes atendidos em um ambulatório de Neurologia do Comportamento de 1999 a 2009 através de anamnese, exame físico e neurológico, Clinical Dementia Rating Scale (CDR) e Miniexame do Estado Mental (MEEM). Avaliou-se variáveis sociodemográficas (escolaridade e idade) e clínicas (idade e tempo do início dos sintomas, MEEM e CDR). As diferenças foram avaliadas pelo teste de Mann Whitney, admitindo-se p<0,05. Resultados:
Dos 208 pacientes com diagnóstico de demência, 73 (35,1%) eram viúvos e 135 (64,9%) não viúvos. Os viúvos eram mais velhos que os não viúvos (p<0,001) quando foram diagnosticados com demência. Essa diferença na idade manteve-se comparando os sexos (p<0,001), mulheres viúvas e não viúvas (p<0,001) e homens viúvos e não viúvos (p<0,001). O tempo do início dos sintomas até o diagnóstico foi maior em homens viúvos quando comparado aos não viúvos [55,6 (±86,3) vs 43,4 (±44,8) meses] mas sem significância estatística. Os viúvos com demência tinham menor escolaridade, independente do sexo (p<0,05). Conclusão:
A prevalência de demência diferiu entre viúvos e não viúvos, sendo maior nos não viúvos. Houve associação da viuvez com características clínicas e sociodemográficas com diferença entre os sexos. A perda do cônjuge pode gerar diferentes desfechos entre homens e mulheres, necessitando de medidas com enfoque específico na prevenção e estratégias de cuidado na demência.