Rev. Salusvita (Online); 36 (3), 2017
Publication year: 2017
Introdução:
os cirurgiões-dentistas frequentemente empregam antimicrobianos em sua prática clínica a fim de controlar infecções bucais. O emprego indiscriminado de antimicrobianos tem desencadeado resistências bacterianas. Objetivo:
determinar o perfil dos cirurgiões-dentistas de Teresina em relação à percepção e conhecimento sobre resistência bacteriana a antimicrobianos e o uso racional destes medicamentos em sua prática clínica. Material e métodos:
questionários semiestruturados aplicados aos profissionais com atuação na cidade de Teresina. Os profissionais a participarem foram selecionados aleatoriamente através de uma lista disponibilizada pelo Conselho Regional de Odontologia do Piauí. Foram obtidos 90 questionários totalmente respondidos, que constituiu a amostra final. Resultados:
a maioria dos participantes (78,9%) nunca procurou realizar curso de atualização em microbiologia e/ou farmacologia, e relatam que buscam atualizar seus conhecimentos através, principalmente, de artigos científicos (51,1%) e congressos (37,7%). Quanto à percepção dos processos que podem desencadear em resistência bacteriana a antimicrobianos, 74,2% dos participantes consideram que a sua prática clínica pode ocasionar processos adversos e 94,4% consideram que o emprego de posologia correta é o principal meio de prevenir tais processos. Quanto às situações que mais prescreviam antimicrobianos, os cirurgiões-dentistas citaram processos inflamatórios com envolvimento sistêmico (77,7%), procedimentos invasivos em pacientes portadores de válvula cardíaca (74,4%), abscessos dentoalveolares agudos (68,9%), tratamento de pericoronarite (50%), profilaxia antibiótica diante extração de terceiros molares (47,8%), dentre outras. Conclusões:
os participantes demonstraram deficiência em conhecimentos sobre os mecanismos de resistência bacteriana e uso racional de antimicrobianos, prescrevendo-os em diversas situações desnecessárias, sugerindo o abuso no uso dos mesmos.
Introduction:
dentists often employ antimicrobial agents in their clinical practice in order to control infections of the oral cavity. The indiscriminate use of antimicrobials has triggered resistance bacterial. Objective:
to determine the profile of surgeon dentists of Teresina in relation to perception and knowledge about bacterial resistance to antimicrobials and the rational use of these medicines in their clinical practice. Material and methods:
questionnaires (semistructured) applied to professionals working in the city of Teresina. Professionals to participate were selected randomly through a list provided by the Regional Council of Dentistry of Piauí. Data was obtained out of 90 questionnaires fully answered, which constituted the final sample. Results:
the majority of the respondents (78.9%) never sought to carry out refresher course in microbiology and/or pharmacology, and report that wish to update their knowledge through mainly scientific articles (51.1%) and congress (37,7%). As to the perception of the processes that can trigger in bacterial resistance to antimicrobials, with 74.2% of the participants consider that their clinical practice may result in processes adverse and 94.4% consider that the job of dosage correct is the primary means of preventing such processes. As to the situations that the more it is prescribed antimicrobials, dentists cited the inflammatory processes with systemic involvement (77.7%), invasive procedures in patients with heart valve (74.4%), abscesses dentoalveolares acute (68.9%), the treatment of pericoronarite (50%), antibiotic prophylaxis before extraction of third molars (47,8%), among others. Conclusions:
participants showed deficiency in knowledge about the mechanisms of bacterial resistance and rational use of antimicrobial agents, prescribing in some unnecessary situations, suggesting the abuse in the use of the same.