O que leva homens a se tornar cuidadores informais: um estudo qualitativo
What makes men become informal caregivers: a qualitative study
¿Qué hace con que hombres se vuelvan cuidadores informales?: un estudio cualitativo

Rev. Bras. Med. Fam. Comunidade (Online); 14 (41), 2019
Publication year: 2019

Introdução:

O aumento da expectativa de vida tem levado a um aumento do número de pessoas que necessitam de cuidado, sendo a maior parte dele exercido por cuidadores informais e do sexo feminino. Entretanto, diversos estudos têm apontado um aumento no número de cuidadores masculinos. Neste contexto, este estudo pretende elencar motivações que levam homens a serem cuidadores informais.

Métodos:

Estudo qualitativo com entrevistas semiestruturadas, questionários sociodemográficos e questionários de Zarit em dez cuidadores homens inscritos no programa de atenção domiciliar de duas unidades de saúde de Porto Alegre.

Resultados e Discussão:

As motivações identificadas na prestação do cuidado foram a obrigação e a reciprocidade. A obrigação foi citada por todos os cuidadores e a falta de rede de apoio pareceu reforçá-la. A reciprocidade foi mencionada em quatro entrevistas e possuía maior correlação com o grau de parentesco “filho”. Estudos apontam que a motivação “obrigação” parece se correlacionar com maiores índices de sobrecarga, depressão e ansiedade quando comparado a um cuidado motivado pela reciprocidade. Na escala de Zarit, nenhum cuidador apresentou índice de sobrecarga severa, o que pode ter relação com uma maior procura por suporte social.

Conclusão:

Nota-se como é amplo e desconhecido o tema da relação da masculinidade com o papel de cuidador. Contudo, observou-se correlação entre o gênero e as motivações como obrigação e reciprocidade na prestação do cuidado, e insinua-se uma maior sobrecarga quando obrigação é o principal fator motivador.

Introduction:

The increase in life expectancy has led to a larger number of people who need care, which is mostly provided by informal and female caregivers. However, studies have shown a growth in the number of male caregivers. In this context, this study intends to observe motivations that make men become informal caregivers.

Methods:

Qualitative study with semi-structured interviews, sociodemographic questionnaires and Zarit questionnaires answered by ten male caregivers registered in the home care program of two primary health care clinics in Porto Alegre.

Results and Discussion:

The motivations identified in the caregiving process were obligation and reciprocity. Obligation was mentioned by all of the caregivers and the lack of a support network seemed to reinforce it. Reciprocity was mentioned in four interviews and was mostly correlated to sons who took care of their parents. Studies show that the motivation “obligation” seems to be related to higher levels of caregiver burden, depression and anxiety when compared to the motivation “reciprocity”. In the Zarit scale, there weren’t caregivers with severe burden, which can be related to a greater demand for social/professional support.

Conclusion:

The theme of the relation between caregiving and masculinity is vast and unknown. However, we could observe a correlation between gender and caregiving motivations as obligation and reciprocity, and it is suggested that the motivation “obligation” can be related to a more severe burden.

Introducción:

El incremento de la expectativa de vida ha llevado a un aumento del número de personas que necesitan cuidado, en gran parte ejercido por cuidadores informales del sexo femenino. Entretanto, muchos estudios indican un aumento en el número de cuidadores hombres. En ese contexto, este trabajo desea enumerar motivaciones que llevan hombres a ser cuidadores informales.

Métodos:

Estudio cualitativo con entrevistas semi estructuradas, cuestionarios sociodemográficos y cuestionarios Zarit en diez cuidadores hombres inscritos en el programa de atención domiciliaria de dos unidades de salud de Porto Alegre.

Resultados y Discusión:

Las motivaciones identificadas en la prestación de cuidado fueron la obligación y la reciprocidad. La obligación fue citada por todos los cuidadores y la falta de red de apoyo pareció reforzarla. La reciprocidad fue mencionada en cuatro entrevistas y tenía más correlación con el parentesco “hijo”. Estudios apuntan que la motivación “obligación” parece correlacionarse con índices más altos de sobrecarga, depresión y ansiedad cuando se compara a un cuidado motivado por la reciprocidad. En la escala de Zarit, ningún cuidador tuvo índice de sobrecarga severa, lo que puede tener relación con una más alta búsqueda por suporte social.

Conclusión:

Se observa cómo es amplio y desconocido el tema de la relación de la masculinidad con el papel de cuidador. Sin embargo, parece existir una correlación entre el género y las motivaciones en la prestación de cuidado, y se sugirie que haya relación entre sobrecarga y la motivación “obligación”.

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