Arq. bras. cardiol; 113 (3), 2019
Publication year: 2019
Abstract Background:
The quilombolas are groups formed by black ancestry individuals, living in a context of social vulnerability due to low socioeconomic level, which influences health care and the development of chronic diseases. Objective:
To assess the prevalence of systemic arterial hypertension and its association with cardiovascular risk factors in the quilombola population in the State of Sergipe, Brazil. Methods:
Study design was cross sectional, involving the administration of a questionnaire to individuals aged ≥ 18 years, in 15 quilombola communities of the State of Sergipe, Brazil. A value of two-sided p < 0.05 was considered statistically significant. Results:
sA total of 390 individuals were evaluated, 72.3% of whom were women, with a mean age of 44.7 years. The prevalence of hypertension was 26% (with a confidence interval of 95% [95% CI]: 22-30), with no significant sex-related differences. The age was associated with arterial hypertension (95% CI: 1.03-1.06), systolic (95% CI: 1.04-1.07) and diastolic (IC 95%: 1.01-1.04) arterial hypertension. The level of body mass index was associated with arterial hypertension (95% CI: 1.00-1.11) and diastolic arterial hypertension (95% CI: 1.03-1.17). Economic class was associated with diastolic arterial hypertension (95% CI: 1.22-5.03). Conclusion:
The prevalence of arterial hypertension in the quilombola communities was high. Its association with cardiovascular risk factors indicates the need to improve access to healthcare services.
Resumo Fundamento:
Os quilombolas são grupos formados por indivíduos com ancestralidade negra, inseridos em um contexto de vulnerabilidade social devido ao baixo nível socioeconômico, influenciando assistência à saúde e desenvolvimento de doenças crônicas. Objetivo:
Avaliar a prevalência da hipertensão arterial sistêmica e sua associação a fatores de risco cardiovasculares na população quilombola do Estado de Sergipe, Brasil. Métodos:
O desenho do estudo foi do tipo transversal, com a aplicação de questionário em indivíduos ≥ 18 anos, em 15 comunidades quilombolas do estado de Sergipe, Brasil. Adotou-se como critério de significância estatística um valor de p bicaudal < 0,05. Resultados:
Foram avaliados 390 indivíduos, sendo 72,3% mulheres, com média de idade de 44,7 anos. A prevalência de hipertensão foi de 26% (intervalo de confiança de 95% [IC 95%]: 22 a 30), sem diferença significativa quanto ao sexo. A idade apresentou associação a hipertensão arterial (IC 95%: 1,03 a 1,06) e a hipertensão arterial sistólica (IC 95%: 1,04 a 1,07) e diastólica (IC 95%: 1,01 a 1,04). O índice de massa corpórea apresentou associação a hipertensão arterial (IC 95%: 1,00 a 1,11) e a hipertensão arterial diastólica (IC 95%: 1,03 a 1,17). A classe econômica esteve associada a hipertensão arterial diastólica (IC 95%: 1,22 a 5,03). Conclusão:
A prevalência de hipertensão arterial nas comunidades quilombolas apresentou um número elevado. Sua associação a fatores de risco cardiovasculares aponta a necessidade de melhoria do acesso aos serviços de saúde.