Demanda por contracepção no Brasil em 2006: contribuição para a implementação das preferências de fecundidade
Demand for contraception in Brazil in 2006: contribution to the implementation of fertility preferences
Ciênc. Saúde Colet. (Impr.); 24 (10), 2019
Publication year: 2019
Resumo Este estudo buscou estimar a demanda por contracepção no Brasil a partir dos últimos dados disponíveis e identificar possíveis associações entre características sociodemográficas e econômicas das mulheres com a ocorrência desse fenômeno. Para isso, utilizaram-se dados da Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Mulher e da Criança (PNDS) de 2006 e o método de estimação revisado por Bradley et al. (2012). Apesar do elevado percentual de uso de contracepção no Brasil, estimou-se uma necessidade não atendida por planejamento da fecundidade de 8,3% entre mulheres casadas/unidas de 15 a 49 anos. Isto é, existe um grupo específico de mulheres (no início e no final da vida reprodutiva, de estratos econômicos inferiores, evangélicas e sem religião) que não gostariam de ter mais filhos ou tê-los mais tardiamente e não conseguem fazê-lo devido à falta de acesso aos meios de regulação da fecundidade. Conclui-se que houve uma irrisória redução da demanda em relação à 1996 e com isso, tem-se reforçada a necessidade de investimentos públicos focalizados para que se consiga reduzir os níveis e diferenciais da demanda não atendida por contracepção no país e se tenha garantido os direitos de implementação das preferências reprodutivas.
Abstract This study aimed to estimate the demand for contraception in Brazil from the latest available data and identify possible associations between the sociodemographic and economic characteristics of women and the occurrence of this phenomenon. For this, we used data from the National Demographic and Health of Women and Children (PNDS) 2006 database and the estimation method reviewed by Bradley et al. (2012). Despite the high percentage of contraceptive use in Brazil, there was an estimated unmet fertility planning need in 8.3% of married/partnered women aged 15-49 years. That is, there was a specific group of women (at the beginning and end of their reproductive life, in the lower economic strata, evangelical and without religion) who wanted to have more children or have them later and failed to do so due to a lack of access to fertility regulation means. It was concluded that there was a negligible reduction in demand compared to 1996, which has reinforced the need to focus public investments to achieve lower unmet contraception demand differentials in the country and has guaranteed the implementation of the rights of reproductive preferences.
Brasil, Anticoncepción/estadística & datos numéricos, Conducta Anticonceptiva/estadística & datos numéricos, Bases de Datos Factuales, Servicios de Planificación Familiar/estadística & datos numéricos, Fertilidad, Accesibilidad a los Servicios de Salud, Necesidades y Demandas de Servicios de Salud, Persona de Mediana Edad, Factores Socioeconómicos