Entre a norma e o "jeitinho": o vigilante em unidades de saúde
The guard at the health institution: between the rules and the "Brazilian way"
Physis (Rio J.); 29 (2), 2019
Publication year: 2019
Resumo As unidades de saúde contam com o trabalho de diferentes profissionais. Dentre estes estão os vigilantes patrimoniais, por vezes não considerados tradicionalmente como integrantes de equipes de saúde. É esperado que garantam a segurança física das pessoas e do patrimônio, mas em unidades de saúde o segurança atua em várias atividades. Em algumas instituições são responsáveis pela triagem informal para atendimento de emergência, pelo transporte de enfermos, recepção e orientação de pacientes. No cotidiano de unidades de saúde, regras são burladas para lidar com os desafios de cada contexto. As instituições de saúde tornam-se palco de tensões, com disputas de duas lógicas: a universal e a da relacionalidade. As discrepâncias entre as regras e o trabalho de vigilante patrimonial, entre a norma e o "jeitinho", apontam um movimento amplo da sociedade brasileira entre o formal e o informal, o universal e o relacional, o indivíduo e a pessoa. Neste artigo abordamos o trabalho realizado por vigilantes patrimoniais em unidades de saúde, com base em pesquisa qualitativa e em entrevistas com 11 vigilantes. A análise revelou contraste entre o trabalho normativo - baseado na legislação - e o que ultrapassa as regras.
Abstract Health institutions have workers of various areas. Among these professionals are the ones involved in property security, not traditionally considered part of the health team. It is expected that these professionals ensure institutional patrimony and people's integrity, but in health institutions guards' work includes a wide range of tasks, such as identifying people in need for urgent care, helping to transport sick people or providing information about clinic and doctor's offices. Eventually rules are broken by health and security professionals to cope with challenges of any given context.