Light chain cardiac amyloidosis - a rare cause of heart failure in a young adult

Rev. Assoc. Med. Bras. (1992, Impr.); 64 (9), 2018
Publication year: 2018

SUMMARY Cardiac amyloidosis is an infiltrative cardiomyopathy, resulting from amyloid deposition within the myocardium. In primary systemic (AL-type) amyloidosis, the amyloid protein is composed of light chains resulting from plasma-cell dyscrasia, and cardiac involvement occurs in up to 50% of the patients We present a case of a 43-year-old man, with complaints of periodical swollen tongue and xerostomia, bleeding gums and haematuria for two months. His blood results showed normocytic anaemia, thrombocytopenia and a high spontaneous INR, therefore he was referred to the Internal Medicine clinic. In the first visit, he showed signs and symptoms of overt congestive heart failure and was referred to the emergency department. The electrocardiogram showed sinus tachycardia and low voltage criteria. Echocardiography showed biventricular hypertrophy with preserved ejection fraction, restrictive physiology with elevated filling pressures, thickened interatrial septum and atrioventricular valves, small pericardial effusion and relative "apical sparing" on 2D longitudinal strain. Cardiac MRI showed diffuse subendocardial late enhancement. Serum protein electrophoresis was inconclusive, however urine analysis revealed nephrotic range proteinuria, positive Bence Jones protein and an immunofixation test with a monoclonal lambda protein band. Abdominal fat biopsy was negative for Congo red stain, nevertheless a bone marrow biopsy was performed, revealing lambda protein monoclonal plasmocytosis, confirming the diagnosis of primary systemic amyloidosis. This case represents a rare cause of heart failure in a young adult. Low-voltage QRS complexes and typical echocardiography features should raise the suspicion for cardiac amyloidosis. Prognosis is dictated by the level of cardiac involvement; therefore, early diagnosis and treatment are crucial.
RESUMO A amiloidose cardíaca corresponde a uma miocardiopatia infiltrativa, resultante do depósito da proteína amiloide no miocárdio. Na amiloidose sistêmica primária (tipo AL), a proteína amiloide é composta por cadeias leves que resultam de discrasia dos plasmócitos, havendo envolvimento cardíaco em até 50% dos doentes. Apresentamos o caso de um homem de 43 anos, com queixas de edema periódico da língua e xerostomia, hemorragia gengival e hematúria há dois meses. Analiticamente havia a destacar anemia normocítica, trombocitopenia e um INR alto espontâneo, pelo que foi referenciado à consulta de Medicina Interna. Na primeira consulta, apresentou-se com sinais de insuficiência cardíaca congestiva franca, pelo que foi referenciado ao Serviço de Urgência. O eletrocardiograma demonstrou taquicardia sinusal e critérios de baixa voltagem. O ecocardiograma revelou hipertrofia biventricular com fração de ejeção preservada, fisiologia restritiva com elevação das pressões de enchimento, espessamento do septo interauricular e das válvulas auriculoventriculares, derrame pericárdico ligeiro e padrão de apical sparing no strain longitudinal 2D. Realizou ainda ressonância magnética cardíaca, que mostrou realce tardio subendocárdico difuso. A eletroforese das proteínas foi inconclusiva, contudo a análise da urina revelou proteinúria no espectro nefrótico, presença de proteína de Bence Jones e um teste de imunofixação com uma banda monoclonal de cadeias lambda. A biópsia da gordura abdominal foi negativa. Não obstante, foi realizada uma biópsia da medula óssea, verificando-se plasmocitose monoclonal lambda, o que confirmou o diagnóstico de amiloidose primária sistêmica. Este caso representa uma causa rara de insuficiência cardíaca no jovem adulto. A baixa voltagem no eletrocardiograma e os achados ecocardiográficos típicos devem fazer suspeitar de amiloidose cardíaca. O prognóstico é ditado pelo nível de envolvimento cardíaco, motivo pelo qual o diagnóstico e o tratamento precoces são essenciais.

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