Oral desensitization to penicillin for the treatment of pregnant women with syphilis: A successful program
Dessensibilização oral à penicilina para o tratamento da sífilis na gestação: um exemplo de experiência bem-sucedida
Rev. bras. ginecol. obstet; 40 (1), 2018
Publication year: 2018
Abstract Gestational syphilis is a prevalent disease in Brazil and other low and medium income countries. Desensitization to penicillin is recommended for pregnant women with syphilis who are allergic to β-lactams. This is a descriptive study utilizing outpatient medical records from 2011 to 2015 from a mother and child hospital that is part of the national healthcare system in the South of Brazil, which performs an average of 3,600 birth assistances per year. All cases of pregnant women with syphilis and presumptive diagnosis of β-lactam allergy during the study period were included. The patients referred for desensitization originated from the hospital prenatal care service, as well as from municipal/state antenatal care services. Oral desensitization was performed in the obstetric emergency room, and adult and pediatric intensive care units were available at all times. Ten patients underwent desensitization during the period of study. Personal history of urticaria was the most common reaction that demanded desensitization. All patients tolerated the procedure well, and showed no adverse reactions.We report a successful program of oral desensitization. None of the patients presented adverse reactions or complications, a fact that corroborates the feasibility and safety of the desensitization protocol. Oral administration of penicillin comes at a low cost, and optimizes the use of time and resources.
Resumo A sífilis gestacional é uma doença prevalente no Brasil e em outros países de baixa e média renda. A dessensibilização à penicilina é recomendada para mulheres grávidas com sífilis que são alérgicas a β-lactâmicos. Este é um estudo descritivo que utiliza registros médicos de 2011 a 2015 de um hospital público materno-fetal do Sul do Brasil com média de 3.600 partos anuais. Foram incluídos todos os casos de gestantes com sífilis e diagnóstico presuntivo de alergia a β-lactâmicos durante o período de estudo. As pacientes encaminhadas para dessensibilização originaram-se do serviço pré-natal hospitalar internamente, bem como dos serviços municipais e estaduais de atendimento pré-natal. A dessensibilização oral foi realizada na sala de emergência obstétrica, e a unidade de terapia intensiva estava disponível em todos os momentos para o atendimento de possíveis intercorrências. Dez pacientes foram submetidas à dessensibilização durante o período estudado. História pessoal de urticária foi a reação mais comum que exigiu dessensibilização à penicilina. Todas as pacientes toleraram bem o procedimento, e não mostraram reações adversas. Relatamos no presente manuscrito um programa bem-sucedido de dessensibilização oral à penicilina. Nenhuma das pacientes apresentou reações adversas ou complicações, corroborando a viabilidade e segurança do protocolo de dessensibilização. A administração oral de penicilina tem baixo custo, e otimiza o uso de tempo e recursos para o tratamento adequado de sífilis gestacional no cenário apresentado.