Prevalence of sexual violence among refugees: a systematic review
Prevalência de violência sexual em refugiados: uma revisão sistemática

Rev. saúde pública (Online); 53 (), 2019
Publication year: 2019

ABSTRACT OBJECTIVE To synthesize data about the prevalence of sexual violence (SV) among refugees around the world. METHODS A systematic review was conducted from the search in seven bibliographic databases. Studies on the prevalence of SV among refugees and asylum seekers of any country, sex or age, whether in English, French, Spanish and Portuguese, were eligible. RESULTS Of the 2,906 titles found, 60 articles were selected. The reported prevalence of SV was largely variable (0% to 99.8%). Reports of SV were collected in all continents, with 42% of the articles mentioning it in refugees from Africa (prevalence from 1.3% to 100%). The rape was the most reported SV in 65% of the studies (prevalence from 0% to 90.9%). The main victims were women in 89% of the studies, all the way, especially when still in the countries of origin. The SV was perpetrated particularly by intimate partners, but also by agents of supposed protection. Few studies have reported SV in men and children; the prevalence reached up to 39.3% and 90.9%, respectively. Approximately one-third of the studies (32%) were carried out in refugee camps and more than half (52%) in health services using mental health assessment tools. No study has addressed the most recent migratory crisis. Meta-analysis was not performed due to the methodological heterogeneity of the studies. CONCLUSIONS SV is a prevalent problem affecting refugees of both sexes, of all ages, throughout the migratory journey, particularly those from Africa. Protection measures are urgently needed, and further studies, with more appropriate tools, may better measure the current magnitude of the problem.
RESUMO OBJETIVO Sintetizar dados da literatura sobre a prevalência de violência sexual em refugiados. MÉTODOS Conduzimos uma revisão sistemática a partir da busca em sete bases bibliográficas. Foram elegíveis estudos em inglês, francês, espanhol e português com dados sobre a prevalência de violência sexual em refugiados e requerentes de asilo, de qualquer país, sexo ou idade. RESULTADOS Dos 2.906 títulos encontrados, 60 artigos foram incluídos. A prevalência foi amplamente variável (0% a 99,8%). Houve relatos de violência sexual em todos os continentes, com 42% dos artigos mencionando-a em refugiados provenientes da África (prevalências de 1,3% a 100%). O estupro foi a ocorrência mais relatada em 65% dos estudos (prevalências de 0% a 90,9%). As principais vítimas foram mulheres em 89% dos estudos, em todo o trajeto, principalmente nos países de origem. A violência foi perpetrada particularmente por parceiros íntimos, mas também por agentes de suposta proteção. Poucos estudos relataram-na em homens e crianças, com prevalências atingindo até 39,3% e 90,9%, respectivamente. Cerca de 1/3 dos estudos (32%) foram realizados em campos de refugiados ou locais de acolhimento, e mais da metade (52%) em serviços de saúde, utilizando instrumentos de avaliação de saúde mental. Nenhum estudo abordou a crise migratória mais recente. Não foi realizada meta-análise devido à heterogeneidade metodológica dos estudos. CONCLUSÕES A violência sexual é um problema prevalente que atinge refugiados de ambos os sexos, de todas as idades, em particular aqueles provenientes da África, durante todo o percurso migratório. Medidas de proteção são urgentemente necessárias, e novos estudos, com instrumentos mais apropriados, poderão mensurar melhor a magnitude atual do problema.

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