Sífilis congênita e gestacional: notificação e assistência pré-natal
Congenital and gestational syphilis: notification and pre-natal care

Arch. Health Sci. (Online); 26 (1), 2019
Publication year: 2019

Introduction:

Syphilis is an acute and chronic infectious disease, which can be transmitted by direct contact both in pregnancy and in the postpartum period. It presents high rates of vertical transmission, and it is considered an easily preventable disease.

Objective:

To describe the epidemiological profile of reported cases of congenital and gestational syphilis, as well as to verify possible relationships between socio-demographic and clinical factors associated with notifications of congenital syphilis.

Patients and Methods:

This is a cross-sectional study with descriptive design, using quantitative-analytical approach, in which all (2009 to 2015), and (2008 to 2014), in the city of Maringá, Paraná State, Brazil, gathered from the Information System on Notifiable Diseases. Maternal characteristics were compared through relative frequency, which were considered statistically significant by the Qui-square test (p < 0.05). Strength of associations was determined by odds ratio, with a 95% confidence interval in the logistic regression. Subsequently, the HL test was applied to analyze variables presenting at least a moderate association (p < 0.25) with commitment to treatment by the qui-square test.

Results:

Results showed that 120 cases of gestational syphilis and 103 cases of congenital syphilis were reported. Of these, there was an increasing trend in the incidence of from 2012, with a 200% increase in notifi-cations from 2014 to 2015. Cases of were more frequent in mothers with age ranging from 20 to 30 years old (50.49%), and with low schooling (86.41% attended up to eight years of schooling). It was observed that 94.17% of children who were reported with were born from mothers who underwent prenatal care. However, the mothers were properly treated only in 42.72% of the cases. The analysis showed that 61% of the children from the mothers notified with gestational syphilis were not notified with congenital syphilis.

Conclusion:

A high incidence of cases was found in the city of Maringá. The factors associated with congenital syphilis indicated failures in prenatal care, especially in the inade-quate treatment of pregnant women and their partners. Thus, it is necessary to reorient the strategies in order to reduce the incidence of this morbidity.

Introdução:

A sífilis é uma doença infectocontagiosa que pode ser adquirida durante o período gravídico-puerperal e apresenta altas taxas de transmissão vertical, sendo considerada uma doença de fácil prevenção.

Objetivo:

Traçar o perfil epidemiológico dos casos notificados de sífilis congênita e sífilis gestacional, bem como verificar possíveis relações entre fatores sociodemográficos e clínicos associados às notificações de sífilis congênita.

Material e Métodos:

Estudo observacional, transversal com delineamento descritivo, usando abordagem quantitativa-analítica em que foram incluídas todas as fichas de notificação de sífilis congênita (2009 a 2015) e sífilis gestacional (2008 a 2014) do Sistema de Informação de Agravos de Notificação, do município de Maringá/Paraná/Brasil. As características maternas foram comparadas por meio de frequências relativas, consideradas diferenças estatisticamente significativas pelo teste do qui-quadrado bicaudal (p < 0,05). A força das associações foi determinada pelo odds ratio, com intervalos de confiança de 95% na análise de regressão logística. Posteriormente, aplicou-se o teste HL nas variáveis que apresentaram associação ao menos moderada (p < 0,25) com a variável que indica a aderência ao tratamento pelo teste qui-quadrado.

Resultados:

Foram notificados 120 casos de sífilis gestacional e 103 de sífilis congênita. Destes, observou-se tendência crescente na incidência a partir do ano de 2012, com aumento de 200% nas notificações de sífilis congênita de 2014 para 2015. Os casos de sífilis gestacional foram mais frequentes em mães de 20 a 30 anos (50,49%) e com baixa escolaridade (86,41%). Observou-se que 94,17% das crianças notificadas com sífilis gestacional nasceram de mães que realizaram o pré-natal, mas apenas 42,72% dos casos as mães foram tratadas adequadamente. As análises demonstraram que 61% dos filhos das gestantes notificadas com sífilis gestacional não foram notificados com sífilis congênita.

Conclusão:

Encontrou-se alta incidência de casos no município estudado. Os fatores associados à sífilis congênita sugerem falhas na assistência pré-natal, especialmente no tratamento inadequado das gestantes e seus parceiros, indicando a necessidade de reorientação das estratégias para reduzir a incidência desta morbidade.

More related