Arch. Health Sci. (Online); 25 (3), 2018
Publication year: 2018
Introdução:
A anemia ferropriva é considerada uma das carências nutricionais mais frequentes e um grande problema para a Saúde Pública mundial, sendo as mulheres e as crianças menores de dois anos de vida os grupos mais suscetíveis. O Ministério da Saúde preconiza o aleitamento materno exclusivo até os seis meses de vida e como complemento, até no mínimo os 24 meses. Aos seis meses, deve-se iniciar a introdução alimentar como complemento ao aleitamento materno, para suprir as necessidades de energia e de nutrientes essenciais para um crescimento adequado. Objetivo:
Avaliar se há uma associação entre o desmame precoce e a prevalência de anemia ferropriva em lactentes. Casuística e métodos:
Estudo quantitativo, com delineamento transversal, realizado entre outubro de 2016 e fevereiro de 2017, com 31 crianças de zero a 23 meses de idade, acompanhadas na Unidade Básica de Saúde Centro, do município de Gravataí, localizado ao sul do Brasil. Foi realizada a aplicação de um questionário com perguntas relacionadas à amamentação e foram coletados dados de níveis de hemoglobina dos prontuários dos participantes da pesquisa. Foram realizadas análises descritivas e calculada a razão de prevalência, sendo considerados estatisticamente significativos valores de p<0,05. Resultados:
Foi observada uma tendência linear entre anemia ferropriva e idade das crianças (p= 0,004), porém a relação entre o desmame precoce e a anemia ferropriva não apresentou associação estatisticamente significativa. No entanto pode haver uma tendência futura de maior prevalência de anemia ferropriva nas crianças que desmamaram precocemente tanto aos quatro, quanto aos seis meses. Conclusão:
Na amostra estudada de lactentes, com até 23 meses de idade, o desmame precoce não foi associado com a prevalência de anemia ferropriva. A introdução alimentar precoce e a não realização do aleitamento materno exclusivo podem contribuir para a maior ocorrência de anemia ferropriva em lactentes na faixa etária de zero a seis meses de vida.
Introduction:
The iron-deficiency anemia due to iron-deficiency is considered one of the most frequent nutritional deficiencies and a major problem for world public health, where women and children under two years of age are the main group susceptible to its occurrence. The Brazilian Ministry of Health recommends exclusive breastfeeding up to six months of life and after, as a complement, until at least 24 months of age. Feeding should be initiated as a complement to breastfeeding at six months’ age, in order to provision energy and other nutrient essential needs for adequate growth. Objective:
to evaluate if early weaning is associated with iron-deficiency anemia in infants. Material and methods:
A quantitative study with a cross-sectional design was carried out with 31 children from zero to 23 months of age, duly followed up at the Basic Health Center of the city of Gravataí. A questionnaire was applied with questions related to breastfeeding, and hemoglobin levels data were collected from the study participants’ charts. Descriptive analyses were performed and the prevalence ratio was calculated, considering p ≤ 0.05 as significant. Results:
A linear trend was observed between iron deficiency anemia and age (p = 0.004), but the relationship between early weaning and iron deficiency anemia did not present a statistically significant association. However, there may be a future trend towards a higher prevalence of iron deficiency anemia in children who weaned early at both four and six months. Conclusion:
In the studied sample of infants, up to 23 months of age, early weaning was not associated with the prevalence of iron-deficiency anemia. Early feeding and failure to deliver exclusive breastfeeding may contribute to the increased occurrence of iron-deficiency anemia in infants between 0-6 months of age.