Determinação do estado nutricional: qual o valor de peso e altura autorreferidos?
Determination of nutritional state: what is the value of weight and height self-reported?

HU Rev. (Online); 44 (2), 2018
Publication year: 2018

Introdução:

Altas prevalências de sobrepeso e obesidade são descritas em diferentes populações. No entanto, grande parcela da população tem percepções imprecisas sobre seu peso corporal e, consequentemente, sobre a classificação nutricional.

Objetivo:

Comparar a percepção autorreferida do peso corporal frente à classificação nutricional baseada na aferição realizada por profissional de saúde em amostra representativa da população de cidade de grande porte do sudeste brasileiro.

Material e métodos:

Foi realizado estudo transversal por inquérito populacional em cidade de médio porte do sudeste brasileiro, sendo a coleta de dados realizada de junho/2014 a abril/2016. Utilizou-se amostragem domiciliar em três estágios e aproximadamente 4.800 domicílios foram visitados, a partir dos quais, 1.032 participantes foram aleatoriamente selecionados e incluídos na pesquisa.

Resultados:

A média de idade dos participantes foi de 44±13,2 anos, sendo 53,2% indivíduos do sexo feminino. Com base no autorrelato de peso e altura e cálculo do índice de massa corporal (IMC), observou-se que 58,7% da população se encontravam com excesso de peso. Dos 521 indivíduos que foi possível realizar a avaliação do peso e altura por profissionais de saúde vimos que ao se comparar a classificação nutricional baseada no autorrelato com aquela obtida a partir de dados mensurados pelos profissionais, observou-se que o número de casos de obesidade foi 7,1% maior.

Conclusão:

Diante dos dados do presente estudo, a autopercepção do excesso de peso pode não ser adequada como ferramenta para avaliação de populações em risco para obesidade/sobrepeso, além disso, os resultados reforçam a necessidade de educação sobre o uso do IMC assim como da importância das orientações por profissionais de saúde.

Introduction:

High prevalences of overweight and obesity are described in different populations. However, a large portion of the population has inaccurate perceptions about their body weight and, consequently, about nutritional classification.

Objective:

To compare the self - reported perception of body weight versus nutritional classification based on the measurement performed by a health professional, in a representative sample of the population of a large city in southeastern Brazil.

Material andMethods:

A cross - sectional study was conducted by a population survey in a medium - sized city in southeastern Brazil. Data collection was performed from June 2014 to April 2016. Household sampling was used in three stages and approximately 4,800 households were visited, from which 1,032 participants were randomly selected and included in the study.

Results:

The mean age of participants was 44 ± 13.2 years, of which 53.2% were female. Based on self-report of weight and height and calculation of body mass index (BMI), it was observed that 58.7% of the population were overweight. Of the 521 individuals who were able to perform weight and height assessment by health professionals, we observed that when comparing the nutritional classification based on self-report and that obtained from data measured by professionals, it was observed that the number of cases of obesity was 7.1% higher.

Conclusion:

Considering the data of the present study, the self-perception of excess weight may not be adequate as a tool for the evaluation of populations at risk for obesity/overweight, in addition, the results reinforce the need for education about BMI use as well as importance of the guidelines by health professionals.

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