Avaliação da frequência de deficiência de vitamina D em pacientes com obesidade
Evaluation of the frequency of vitamin D deficiency in patients with obesity

HU Rev. (Online); 44 (2), 2018
Publication year: 2018

Introdução:

A obesidade é um problema de saúde pública mundial. Além das diversas alterações metabólicas encontradas em indivíduos obesos, há evidências de alterações no sistema endócrino, como observado no metabolismo da vitamina D.

Objetivo:

Avaliar a frequência de deficiência de vitamina D em uma amostra de pacientes adultos com obesidade.

Material e métodos:

Foi realizado um estudo transversal retrospectivo analisando 183 prontuários dos pacientes atendidos pela primeira vez buscando tratamento para obesidade. Após os fatores de exclusão, restaram 113 prontuários válidos.

Resultados:

O IMC variou de 30.1 a 77.1, com uma mediana de 44.5 kg/m2. Trinta pacientes (26,55 %) tinham a Vitamina D abaixo de 20 ng/ml, sendo considerados com diagnóstico de Deficiência de Vitamina D. Nenhuma correlação foi encontrada entre os níveis de Vitamina D e os parâmetros antropométricos. Houve associação significativa estatística dos níveis de Vitamina D com colesterol total (r=-0.26; p=0.0053), LDL-colesterol (r=-0.25; p=0.0071), além de uma tendência à significância com os níveis de TGP (r=0.16; p=0.088).

Conclusão:

Houve uma elevada frequência de deficiência de vitamina D em pacientes obesos. Não houve correlação entre os níveis de vitamina D e os marcadores antropométricos, porém foi encontrada uma correlação inversa de vitamina D com níveis de colesterol total e LDL-colesterol, mostrando a relação com a dislipidemia. Também, houve uma tendência à significância com os níveis de TGP, o que provavelmente remete à esteatose hepática, comum em obesos.

Introduction:

Obesity is a global public health problem. In addition to the various metabolic alterations found in obese individuals, there is evidence of alterations in the endocrine system, as observed in vitamin D metabolism.

Objective:

To evaluate the frequency of vitamin D deficiency in a sample of adult patients with obesity.

Material and methods:

A retrospective cross-sectional study was carried out analyzing 183 medical charts of who seek treatment for obesity. After exclusion factors, there were 113 valid medical records.

Results:

The BMI ranged from 30.1 to 77.1, with a median of 44.5 kg / m2. Thirty patients (26.55%) had Vitamin D below 20 ng/ml, being considered as vitamin D deficiency. No correlation was found between vitamin D and anthropometric parameters. There was a statistically significant association of hypovitaminosis D with total cholesterol (r = -0.26, p = 0.0053), LDL cholesterol (r = -0.25, p = 0.0071), and a trend towards significance with TGP levels (r = 0.16; p = 0.088).

Conclusion:

There was an increased frequency of vitamin D deficiency in obese individuals. There was no correlation between vitamin D levels and anthropometric markers, but an inverse correlation of vitamin D with total and LDL-cholesterol levels was found, showing the relation with dyslipidemia. Also, there was a trend toward significance with TGP levels, which probably refers to hepatic steatosis, common in obese patients.

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