Uma etnografia da atenção à saúde mental de sujeitos em situação de rua
An ethnography of the street subject when living psychic suffering

Barbarói; (55), 2019
Publication year: 2019

Este artigo propõe uma reflexão sobre a intersecção entre duas questões:

a atenção à saúde mental e aos sujeitos em situação de rua. Na confluência dessas questões, o sujeito em situação de rua coloca um significativo desafio para os serviços de saúde mental sobre como contemplálos de forma integral, considerando e respeitando suas singularidades. A partir disso, temos como objetivo principal, nesta pesquisa, delinear e problematizar, na visão dos sujeitos em situação de rua, como a atenção em saúde mental, a partir das políticas públicas, contemplam suas especificidades de demandas e necessidades e como essas proposições se efetivam, ou não, na prática de um serviço de saúde mental. O território escolhido foi o Centro de Referência Especializado para a População em Situação de Rua (Centro Pop). Como estratégia para o trabalho de campo, utiliza-se a perspectiva etnográfica como orientadora do estar no campo. Evidenciaram as nossas conversas que os sujeitos em condição de desabrigo, em sua maioria, raramente procuram o serviço de saúde mental e apresentam o testemunho de como o serviço de saúde mental não conseguiu deslocar a hegemonia das práticas orientadas pelo modelo médico tradicional para o modelo psicossocial de atendimento.(AU)

This article proposes a reflection on the intersection between two issues:

attention to mental health and the homeless. At the confluence of these issues, the homeless person poses a significant challenge to mental health services on how to fully address them, considering and respecting their uniqueness. From this, we have as main objective, in this research, to delineate and problematize, in the view of the homeless subjects, how mental health care, based on public policies, contemplates its specificities of demands and needs and how these propositions are or not, in the practice of a mental health service. The chosen territory was the Specialized Reference Center for the Homeless Population (Centro Pop). As a strategy for fieldwork, the ethnographic perspective is used to guide being in the field. It was evident from our conversations that most homeless subjects rarely seek mental health services and bear witness to how the mental health services failed to shift the hegemony of practices guided by the traditional medical model to the psychosocial model.(AU)

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