Redução de danos e gestão autônoma da medicação: cartografando a experiência de um acadêmico em psicologia
Harm reduction and autonomous medication management: cartographing the experience of an academic in psychology

Barbarói; (55), 2019
Publication year: 2019

Este artigo tem como objetivo cartografar a experiência de um acadêmico de Psicologia em um encontro na cidade de Santa Maria/RS, com a temática de Redução de Danos (RD) e Gestão Autônoma da Medicação (GAM). Na ocasião estavam presentes usuários, estudantes, residentes, professores e profissionais do campo da saúde mental, álcool e outras drogas.

O gatilho para o pesquisar foi a afetação do estudante a partir da fala de uma profissional que disse:

“eu prefiro um usuário de crack internado, amarrado e babando numa maca de hospital do que oferecendo perigo para a sociedade. Nunca vi um usuário de medicamento matar para sustentar o vício”. Um usuário, por sua vez, a respondeu: “a senhora nunca viu um usuário de medicamentos matar para sustentar o vício porque a droga dele tem em qualquer farmácia”. Inspirados pela cartografia, efetuamos um olhar para as reverberações desse acontecimento, constituindo nossa trajetória/método. Buscamos construir uma narrativa histórica das drogas por meio do campo discursivo da RD e GAM, além de mapear a produção de subjetividade na relação com as drogas nos movimentos desse encontro. Consideramos, por fim, que há algo de novo entre RD e GAM: o uso de medicamentos vem se tornando um problema tão importante quanto o consumo de drogas ilícitas. São investidos saberes e práticas para dar conta de inventar e disputar formas de entender e conduzir os modos de vida que incluem as substâncias psicoativas.(AU)
This paper aims to map the experience of a psychology student in a meeting about the theme of Harm Reduction (HR) and Autonomous Medication Management (GAM) in the city of Santa Maria/RS, where were participating patients, students, teachers and professionals in the field of mental health, alcohol and other drugs. The motivation for the research was the speech of a professional who said she preferred an interned and tied crack user rather than offering danger to society, because someone who consumes a benzodiazepine does not kill to sustain his addiction. One patient, in turn, responded by saying that she did not see it happening because the drug is available at any pharmacy. We look at the reverberations of this event, constituting our trajectory / method, inspired by cartography. We seek to build a historical narrative of drugs through the discursive field of HR and GAM, and map the production of subjectivity in the relationship with drugs in the movements of this meeting. Finally, we consider that there is something new between HR and GAM: the medicament use is becoming as important a problem as illicit drug use. Knowledge and practices are invested to invent and dispute ways of understanding and leading the ways of life that include psychoactive substances.(AU)

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