RFO UPF; 24 (2), 2019
Publication year: 2019
Objetivos:
analisar o perfil sociodemográfico e avaliar a autopercepção em saúde bucal de cuidadores de indivíduos com deficiência intelectual. Métodos:
foram entrevistados 103 cuidadores em instituições de apoio a pessoas com deficiência intelectual da Região Metropolitana de Porto Alegre (RS) para se avaliar as variáveis estudadas. Resultados:
a maior parte era composta por mulheres (93%) e mães (79%), a idade média foi de 47 anos ± 14.39 (DP) e grande parte possuía baixa escolaridade (51%). Quanto à renda familiar, o próprio cuidador era o provedor majoritário (40%), com renda total de até 2 salários mínimos (65%). Em relação à percepção de sua saúde bucal, 35% responderam que estavam insatisfeitos com seus dentes, e 84% dos cuidadores tiveram alguma dificuldade relacionada aos seus dentes nos últimos 6 meses. Dos entrevistados, 45% relataram não ter procurado atendimento odontológico por dificuldades financeiras. A maioria (45%) relatou ter procurado o dentista para tratamentos invasivos. Relacionando-se com a saúde do indivíduo cuidado, 75% dos entrevistados afirmaram que a saúde daqueles é mais importante do que a sua. Dentre os participantes da pesquisa, 47% acreditam que ser cuidador acarreta deixar a sua própria saúde em segundo plano. Conclusão:
a maioria dos cuidadores de indivíduos com deficiência intelectual entrevistados no estudo era de mães cuidadoras em tempo integral, com poucos recursos financeiros e com baixa escolaridade. Muitas percebiam a necessidade de tratamento odontológico, entretanto, priorizavam o indivíduo sob cuidados em detrimento da sua saúde bucal. (AU)
Objective:
to analyze the sociodemographic profile and assess the oral health self-perception of caregivers of individuals with intellectual disability. Methods:
103 caregivers were interviewed in support institutions for people with intellectual disabilities, in the metropolitan region of Porto Alegre (RS, Brazil), to evaluate the variables studied. Results:
most individuals were women (93%) and mothers (79%), the mean age was 47 ± 14.39 (SD), and most presented a low level of education (51%). As for family income, the caregivers were the major providers (40%), with total income up to two minimum wages (65%). Regarding oral health self-perception, 35% said they were dissatisfied with their teeth and 84% of caregivers had some difficulty related to their teeth over the last six months. A rate of 45% of the respondents reported not seeking dental care because of financial difficulties. Most of them (45%) reported seeking dental care for invasive treatments. As for health care, 75% of respondents affirmed the health of the individuals assisted was more important than their own. A rate of 47% of participants believe that being a caregiver entails leaving their health in the background. Conclusion:
most caregivers of individuals with intellectual disability interviewed in the study were mothers and full-time caregivers, with few financial resources and low level of education. Many of them perceived the need for dental treatment, but prioritized the individual assisted instead of their oral health. (AU)