O conceito de introjeção e sua evolução na teoria de Ferenczi
The concept of introjection and its evolution in Ferenczi’s theory
El concepto de introyección y su evolución en la teoría de Ferenczi
Rev. psicanal; 26 (3), 2019
Publication year: 2019
Para Ferenczi, em grande sintonia com o pensamento de Freud, a introjeção foi inicialmente um conceito fundamental no desenvolvimento psíquico da criança e indispensável para diferenciar o funcionamento neurótico de outras patologias. Além disso era uma noção essencial para teorizar a dinâmica transferencial na relação analítica. No entanto, ao final de sua obra, ao reavaliar a importância do trauma, da confusão de línguas entre o adulto e a criança e entre o analista e o paciente, ao conceitualizar as noções de identificação com o agressor e de introjeção do sentimento de culpa nas síndromes pós-traumáticas e, principalmente, ao sublinhar a importância decisiva que adquire a desmentida e a cisão do Ego na dinâmica do trauma, Ferenczi modifica e enriquece enormemente sua primeira contribuição. Justamente sua última contribuição à psicanálise, refletida nas derradeiras notas do Diário clínico, é um neologismo interessante que Ferenczi define como intropressão, consistindo na tentativa de conjugar a introjeção com os efeitos violentos suscitados na mente da criança em decorrência da irrupção inesperada do Superego parental e dos adultos em geral. Esta dinâmica, além disso, lamentavelmente não deixa de estar presente em algumas modalidades patológicas da relação analítica. Esta última concepção de Ferenczi foi continuada e completada de maneira brilhante por Abraham e Torok em seu conceito do crime da introjeção, a que se dedica a última parte do presente trabalho (AU)
To Ferenczi, whose thinking was largely in line with that of Freud, introjection was initially a fundamental concept in the psychic development of the child and was necessary to distinguish the neurotic functioning from other pathologies. Furthermore, introjection was a crucial notion for the theorization of the transference dynamics in the analytic relationship. However, in his final works, Ferenczi modified and expanded his first contribution, since he reassessed the
importance of trauma and the confusion of tongues between the adult and the child and between the analyst and the patient; he conceptualized the notions of identification with the aggressor and of introjection of the guilt feeling in posttraumatic disorders and also underlined the decisive importance that disavowal and ego-splitting have in the dynamics of trauma. In his last contribution to psychoanalysis, condensed in the notes of his Clinical Diary, Ferenczi presented indeed an interesting neologism that he defined intropression, consisting in the attempt to combine introjection with the violent effects arisen in the child’s mind after the unexpected irruption of the parental Superego and of adults in general. That
dynamics is unfortunately present in some pathological modalities of the analytic relationship. The latter notion introduced by Ferenczi was brilliantly developed and completed by Abraham and Torok in their concept of crime of introjection to which the last part of this paper is dedicated
Para Ferenczi, muy en sintonía con el pensamiento de Freud, la introyección fue inicialmente un concepto fundamental en el desarrollo psíquico del niño e indispensable para diferenciar el funcionamiento neurótico de otras patologías. Además resultaba una noción esencial para teorizar la dinámica transferencial en la relación analítica. Sin embargo, al final de su obra, al revalorizar la importancia del trauma, de la confusión de lenguas entre el adulto y el niño y entre el analista y el paciente, al conceptualizar las nociones de identificación con el agresor y de introyección del sentimiento de culpa en los síndromes post-traumáticos y sobre todo al subrayar la importancia decisiva que adquiere el desmentido y la escisión
del yo en la dinámica del trauma, Ferenczi modifica y enriquece enormemente su primera aportación. Precisamente, su última contribución al psicoanálisis, reflejada en las postreras notas del Diario clínico es un neologismo interesante que Ferenczi define como intropresión y que era el intento de conjugar la introyección con los efectos violentos que suscita en la irrupción inesperada del super yo parental y de los adultos en general en la mente del niño. Esta dinámica además, no deja de estar presente lamentablemente en algunas modalidades patológicas de la relación analítica. Esta última concepción de Ferenczi fue continuada y completada brillantemente por Abraham y Torok en su concepto del crimen de la introyección, al que se dedica la última parte del presente trabajo