Incontinência dupla (urinária e anal) feminina: o que o ginecologista precisa saber?
Female double (urinary and anal) incontinence: what the gynecologist needs to know?
Femina; 45 (3), 2017
Publication year: 2017
A incontinência dupla é considerada a mais grave
disfunção do assoalho pélvico. Estima-se que 200
milhões de pessoas tenham incontinência urinária
no mundo, sendo a real prevalência da incontinência
anal ou dupla desconhecida e, possivelmente, subestimada. Os estudos têm tentando identificar a sua prevalência, fisiopatologia, fatores de risco e formas para
realizar os diagnósticos. Assim, esse estudo objetiva
rever a literatura atual em busca de evidências da prevalência da incontinência dupla e fatores de risco para
que haja inclusão da sua investigação na rotina médica. A literatura tem apontado uma curva crescente
de diagnósticos e de associação entre incontinência
urinária e anal. Existem fatores de risco em comum
para as incontinências, sendo a obesidade e o envelhecimento exemplos. Para reduzir os subdiagnósticos, deve-se associar uma anamnese dirigida com
questionários nas consultas pois muitas pacientes não
relatam as incontinências, mesmo tendo a qualidade
de vida afetada. A identificação dos pacientes com
sintomas ou sob risco permite agir sobre os hábitos
de vida, estimulando a perda de peso e a indicação de
fisioterapia, reduzindo as chances de desenvolver um
quadro de perda indesejada, ou mesmo possibilitando tratamento medicamentoso ou cirúrgico para os
quadros mais graves.(AU)
Dual incontinence is the most extreme manifestation
of pelvic floor dysfunction. 200 million have urinary
incontinence around the world. Identification of its
prevalence, physiopathology, risk factors and forms
of diagnosis has been searched through the past
years. The aim of this study is to look for evidence of
dual incontinence prevalence and its risk factors, so
that in medical visits physicians question patients
about it. The prevalence of incontinences is not totally
known, but it has been noticed an ascendant curve
for diagnosis and the association between urinary
and anal incontinence. There are common risk factors
for incontinences, with obesity and aging being examples. Women are more likely to report symptoms
of incontinence when completing self-administered
questionnaire as compared to direct questioning by
the physician, suggesting that both methods should
be used to minimalize the sub diagnosis. Knowing the
risk factors allow us implement forms to reduce the
chance of incontinence evolution or permit initiating
treatment to those with that disturbance.(AU)