Rev. Bras. Odontol. Leg. RBOL; 6 (3), 2019
Publication year: 2019
Introdução:
As marcas de mordida são lesões que contribuem para a identificação de agressores, vítimas e criminosos, possuindo valor probatório em processos judiciais por apresentarem características peculiares de cada indivíduo, embora não apresentem imutabilidade e perenidade, salvo quando registradas fotograficamente. Objetivo:
Verificar o potencial de autoimagens de marcas de mordida a partir de aparelhos celulares, tanto para identificação de agressores, bem como estimar o respectivo tempo de percepção da unicidade. Metodologia:
A pesquisa consistiu na participação de 6 (seis) voluntários, sendo definido por sorteio que um destes seria a suposta vítima e outro o agressor. Após sorteio, o agressor desferiria uma mordida na porção medial do antebraço esquerdo da vítima. Foram feitas fotografias desta mordida com a câmera do celular e registrados os tempos com intervalos de 5 minutos até 40 minutos. Após esta etapa, foram realizadas fotografias dos arcos dentais superiores e inferiores dos 5 (cinco) suspeitos. O confronto dessas imagens com a autoimagem do agredido foi feito por comparação direta e sobreposição, utilizando um software livre. Resultados:
Após a comparação dos arcos dentais dos suspeitos com as lesões, foi possível identificar o agressor. Conclusão:
No presente estudo piloto, observou-se que as imagens fotográficas feitas até quinze minutos após a mordida mostraram características anatômicas suficientes para realizar o confronto e identificar o ofensor. Passados 20 minutos da agressão, não mais havia características lesivas na pele que embasassem o requisito da unicidade.
Introduction:
Bite marks are injuries that contribute to victims and criminals identification, having probative value in lawsuits, since they present characteristics of each individual, even though they don't show immutability and permanence, except when photographed. Objective:
Verify the potential of self-images of bite marks from mobile devices, for identification of aggressors and to estimate the respective time of perception of the unicity. Methodology:
This research consists of the participation of 6 (six) volunteers, being defined by raffle that one will be the victim and another the aggressor. After this definition, the offender will bite on the medial portion of the victim's left forearm. Photographs of this bite were taken with the camera of the cell phone and the times registered with time spaces of 5 minutes to 40 minutes. After this step, photographs of the upper and lower arches of the 5 (five) suspects were taken. The confrontation of these images with the self-image of the assaulter was done by direct comparison and overlap using Image J (free software). Results:
After comparing the arches of the 5 suspects, it was possible to identify the aggressor. Conclusion:
In the present pilot study, it was observed that the photographical images taken up to fifteen minutes after the bite showed sufficient anatomical characteristics to compare and identify the offender. After 20 minutes of the picture being taken, there were no more harmful skin characteristics that would support the uniqueness requirement