Desafios da enfermagem na promoção de práticas de equidade em saúde: um diálogo entre a enfermagem no Brasil e no Canadá
Nursing challenges to enact health equity in practice: a Brazilian-Canadian nursing dialogue
Retos de enfermería en la promoción de prácticas de equidad en salud: diálogo entre enfermería de Brasil y Canadá
REME rev. min. enferm; 24 (), 2020
Publication year: 2020
No presente artigo desenvolvemos um diálogo reflexivo acerca da equidade
na saúde, traçando um paralelo entre os desafios próprios da prática de
Enfermagem com equidade no Brasil e no Canadá. O conceito de equidade
em saúde implica o reconhecimento das injustiças sofridas por alguns
grupos populacionais, considerando-se que a distribuição de bens e serviços
aos indivíduos abarca o reconhecimento de suas diferenças e necessidades
distintas. O princípio da equidade em saúde se estabelece no âmbito das
próprias condições de saúde e do acesso e utilização dos serviços com base
em um parâmetro de distribuição heterogênea desses serviços. Os principais
responsáveis pelas diferenças nas condições de saúde de distintos grupos
populacionais são fatores sociais que podem ser alterados ou controlados por
políticas públicas, ou seja, as iniquidades em saúde devem ser compreendidas
como as diferenças desnecessárias e evitáveis. No que se refere às práticas de
Enfermagem, em uma perspectiva sociológica, elas devem ser entendidas como
práticas sociais que devem possibilitar a autonomia e o exercício da cidadania
das pessoas, cabendo questionar sé é possível atuar como profissionais de saúde
na perspectiva da equidade. Nesse contexto, entendemos que a proposição de
práticas de equidade em saúde, na perspectiva da Enfermagem, pressupõe a
superação de complexos desafios que podem ser analisados a partir de cinco
dimensões: assistência, gestão, formação/educação permanente, engajamento
político e pesquisa.(AU)
In this paper we develop a reflective dialogue about health equity, drawing a parallel
between selected challenges to enact equity in nursing practice in Brazil and Canada.
The concept of health equity implies the recognition of injustices suffered by some
population groups, considering that a distribution of goods and services to individuals
requires recognition of their differences and distinct needs. The principle of health equity
emerges in light of inequalities in health and access to health care services. Living and
social conditions are critical factors in the development of health inequities that affect
population groups. These factors are modifiable and controllable by public policies.
Health inequities are considered unnecessary, unjust, and avoidable differences in the
health status of populations. Nursing practices can be understood as social practices
that seek to enable people to enact their autonomy and citizenship. A proposal for
health equity practices, from the perspective of nursing, requires that we tackle complex
challenges that can be analyzed from the perspective of five domains: clinical practice,
nursing education, research, administration and political engagement.(AU)
En este artículo llevamos a cabo un diálogo reflexivo sobre la equidad
en salud, trazando un paralelo entre los retos propios de la práctica de
enfermería con equidad en Brasil y Canadá. El concepto de equidad en
salud implica el reconocimiento de las injusticias sufridas por algunos
grupos de población, considerando que la distribución de bienes y
servicios a individuos incluye el reconocimiento de sus diferencias y
necesidades distintas. El principio de equidad en salud se establece
dentro del alcance de las condiciones de salud y del acceso y uso de
los servicios en función de un parámetro de distribución heterogénea
de estos servicios. Los principales responsables de las diferencias en
las condiciones de salud de los diferentes grupos de población son
los factores sociales que pueden ser alterados o controlados por las
políticas públicas, es decir, las inequidades en salud deben entenderse
como diferencias innecesarias y evitables. Con respecto a las prácticas
de enfermería, desde una perspectiva sociológica, deben entenderse
como prácticas sociales que deberían permitir la autonomía de las
personas y el ejercicio de la ciudadanía, y vale la pena preguntarse si
es posible actuar como profesionales de la salud desde la perspectiva
de la equidad. En este contexto, entendemos que la propuesta de
prácticas de equidad en salud, desde la perspectiva de la enfermería,
presupone superar retos complejos que se pueden analizar desde cinco
dimensiones: asistencia, gestión, capacitación / educación permanente,
compromiso político e investigación. (AU)