Arq. odontol; 55 (), 2019
Publication year: 2019
Objetivo:
Este estudo investigou o momento da introdução da sacarose na alimentação de bebês e presença de cárie dentária. Métodos:
Foi realizado um estudo transversal com uma amostra de 50 pais/responsáveis e suas crianças, sendo 25 do sexo feminino e 25 do masculino, com média de idade de 27 meses (idades mínima-máxima: 7-48 meses). A coleta de dados foi realizada por uma pesquisadora e por alunos matriculados na Disciplina “Odontologia para bebês” da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Minas Gerais (FAO-UFMG). Os pais/responsáveis pelas crianças responderam a um questionário socioeconômico, demográfico e de verificação da época de inserção de determinados alimentos na dieta das crianças. A presença de cárie dentária foi coletada a partir dos prontuários dos pacientes, que foram submetidos a exame clínico, profilaxia e secagem dos dentes com ar comprimido, sendo considerada presença de lesão de mancha branca, lesão de cárie cavitada e presença de restauração. Foram realizadas análises descritivas e bivariadas (p < 0,05). Resultados:
As crianças apresentaram média de idade de 27 meses, sendo 50% do sexo masculino. O aleitamento de 46% das crianças foi exclusivo. Constatou-se que 98% das crianças consumiram sacarose em algum tipo de alimento antes de 2 anos de idade, 88% antes de 1 ano e 34% antes dos 6 meses. A introdução da sacarose antes dos 6 meses de idade apresentou associação significativa com a presença de cárie dentária. Os alimentos que contêm sacarose mais frequentemente introduzidos na dieta das crianças antes de 1 ano de idade foram açúcar branco, biscoito doce, bolo, gelatina, leite fresco tipo petit suisse, iogurte, leite fermentado com lactobacilos vivos e pão. Conclusão:
A introdução da sacarose na dieta das crianças foi precoce e apresentou associação significativa com a presença de cárie dentária. Portanto, verifica-se a necessidade de se fornecer informações sobre educação alimentar e oferecer atenção individualizada. (AU)
Aim:
This study investigated the moment of introduction of sucrose in the feeding of babies and the presence of dental caries. Methods:
A cross sectional study was conducted with a sample of 50 parents/guardians and their children, including 25 female and 25 male, with a age mean of 27 months (minimum-maximum ages: 7-48 months). Data collection was performed by a researcher and by students enrolled in the Discipline “Dentistry for babies” at the UFMG School of Dentistry. The parents/guardians of the children answered a questionnaire regarding their socioeconomic and demographic status and the age when certain foods were introduced into the children’s diets. The presence of dental caries was collected through the analysis of data in the medical charts of the patients who underwent clinical examination, prophylaxis, and tooth drying with compressed air, considering the presence of white spot lesions, cavitated carious lesions, and the presence of restorations. Descriptive and bivariate analyses were also performed (p < 0.05). Results:
Children had a mean age of 27 months, of which 50% were male. Breastfeeding of 46% of the children was exclusive. It was found that 98% of the children consumed sucrose in some type of food before 2 years of age, 88% before 1 year, and 34% before 6 months. The introduction of sucrose before 6 months showed a significant association with dental caries. The foods that contain sucrose most often introduced into the diet of children before 1 year of age were white sugar, sweet cookies, cake, gelatin, fresh milk of petit suisse type, yogurt, fermented milk with live lactobacilli, and bread. Conclusion:
The introduction of sucrose into children’s diets was early and was significantly associated with the presence of dental caries. Therefore, there is a need to provide information on food education and to provide individualized dental care. (AU)