Clin. biomed. res; 39 (3), 2019
Publication year: 2019
Introdução:
A internação psiquiátrica é um recurso terapêutico utilizado para a
estabilização dos sintomas, contenção de riscos, elucidação diagnóstica e planejamento
terapêutico. O psicodiagnóstico permite acesso a questões emocionais e cognitivas
do indivíduo. Objetiva-se apresentar um panorama referente à realização de
psicodiagnósticos em leitos da especialidade da Psiquiatria Infância e Adolescência
de um hospital geral nos anos 2015, 2016 e 2017.
Métodos:
Trata-se de um estudo transversal, em que foram obtidas informações a
partir do prontuário eletrônico de pacientes internados em leitos da especialidade. Os
dados analisados foram sexo, idade, naturalidade, realização de psicodiagnóstico,
motivo e tempo de internação.
Resultados:
Durante o triênio estudado, houve realização de psicodiagnóstico
em 65,1% das internações. Entretanto, constatou-se diminuição estatisticamente
significativamente (p = 0,006) no número de psicodiagnósticos em relação ao número
de internações: 82% em 2015; 63% em 2016; e 53% em 2017.
Conclusão:
Esta diminuição no número de psicodiagnósticos realizados durante
a internação indica que houve uma mudança nesse processo, onde se passou de
um período em que a grande maioria das crianças e adolescentes (82%) realizava
a avaliação, para um panorama onde metade dos pacientes (53%) realiza o
psicodiagnóstico. Esse resultado sugere que estratégias de psicoeducação, voltadas
para equipes assistentes, tendo por objetivo otimizar custo-efetividade e qualidade
da assistência, levaram esses profissionais a refletirem sobre relevância, riscos e
benefícios da realização do psicodiagnóstico durante a internação psiquiátrica de
crianças e adolescentes. (AU)
Introduction:
Inpatient psychiatry is a therapeutic resource for symptom stabilization,
risk management, diagnostic clarification and/or treatment planning. Psychological
assessment provides information on emotional and cognitive functioning. This study
aims to provide an overview of psychological assessment in a child and adolescent
inpatient psychiatric unit at a general hospital in southern Brazil in 2015, 2016 and 2017.
Methods:
This cross-sectional retrospective study obtained information from electronic
medical records of patients admitted to the hospital psychiatric unit. Data for analysis
were sex, age, place of birth, psychological assessment, reason and length of stay.
Results:
In those three years, psychological assessments were requested in 65.1% of
all unit admissions. However, there was a statistically significant decrease (p = 0.006)
in the number of psychological assessments in relation to the number of admissions:
82% in 2015; 63% in 2016; and 53% in 2017.
Conclusion:
The decrease in the number of psychological assessments performed in the
inpatient unit indicates that there was some changes in the process, as first most children
and adolescents (82%) underwent the assessment and then the rate reduced to half of all
patients (53%). This can be explained by the implementation of strategies to educate the
health care team about psychological assessment, with the purpose of improving costeffectiveness and quality of care. This led to greater reflection on relevance, risks and
benefits of psychological assessment in a child and adolescent inpatient psychiatric unit. (AU)