Violência no trabalho em saúde da família: estudo de métodos mistos
Violencia en el trabajo en salud de familia: estudio de métodos mixtos
Workplace violence in Family Health Units: a study of mixed methods
Acta Paul. Enferm. (Online); 32 (6), 2019
Publication year: 2019
Resumo Objetivo Verificar a prevalência de violência no trabalho em Unidades de Saúde da Família, caracterizar as vítimas e conhecer as implicações das condições e da organização do trabalho na exposição dos trabalhadores. Métodos Estudo misto, do tipo concomitante. A etapa quantitativa contou com amostra de 106 profissionais de saúde de 17 unidades de saúde de família que responderam questões acerca de dados sociodemográficos e ao Survey Questionnaire Workplace Violence in the Health Sector. Na etapa qualitativa 18 trabalhadores vítimas de violência foram intencionalmente seíecionados para responder à entrevista semiestruturada. Achados quantitativos foram submetidos a estatísticas descritivas e analíticas, e os dados qualitativos à análise temática. Resultados Cerca de 69,8% dos trabalhadores foram expostos à violência, sendo as principais vítimas os trabalhadores mais jovens e da equipe de enfermagem (p=0,047). A violência também foi associada à pior avaliação sobre os relacionamentos com colegas (p=0,003) e chefias (p=0,008). Os entrevistados atribuíram à recepção da unidade o espaço de maior risco de agressões. A falta de recursos, ausência de médico na unidade e sua localização em zonas de tráfico foram aspectos relacionados à exposição dos profissionais à violência. Conclusão A violência se mostrou prevalente no trabalho em unidades de saúde da família e melhorias na estrutura, recursos humanos e materiais, bem como segurança pública são necessários para controlar e prevenir agressões aos trabalhadores.
Resumen Objetivo Verificar la prevalencia de violencia en el trabajo en Unidades de Salud de Familia, caracterizar a las víctimas y conocer las consecuencias de las condiciones y de la organización del trabajo en la exposición de los trabajadores. Métodos Estudio mixto, de tipo concomitante. La etapa cuantitativa contó con una muestra de 106 profesionales de la salud de 17 unidades de salud de familia que respondieron a preguntas sobre datos sociodemográficos y al Survey Questionnaire Workplace Violence in the Health Sector. En la etapa cualitativa, se seleccionaron intencionalmente 18 trabajadores víctimas de violencia para responder una entrevista semiestructurada. Los resultados cuantitativos fueron sometidos a estadísticas descriptivas y analíticas; y los datos cualitativos, a análisis temático. Resultados Cerca del 69,8% de los trabajadores estuvo expuesto a violencia, entre los cuales los más jóvenes y los del equipo de enfermería fueron las principales víctímas (p=0,047). La violencia también estuvo asociada a peores evaluaciones sobre la relación con los compañeros (p=0,003) y jefes (p=0,008). Los entrevistados señalaron la recepción de la unidad como el espacio de mayor riesgo de agresiones. La falta de recursos, la ausencia de médicos en la unidad y la ubicación en zonas de tráfico ilegal fueron aspectos relacionados con la exposición de los profesionales a la violencia. Conclusión La violencia demostró ser prevalente en el trabajo en unidades de salud de familia y es necesaria una mejora en la estructura y en los recursos humanos y materiales, así como en la seguridad pública para controlar y prevenir agresiones a los trabajadores.
Abstract Objective To verify the prevalence of workplace violence in Family Health Units, characterize the victims and know the implications of conditions and organization of work in workers exposure. Methods A mixed study of the concomitant type. The quantitative stage included a sample of 106 health professionals from 17 Family Health Units who answered questions about sociodemographic data and the Survey Questionnaire Workplace Violence in the Health Sector. At the qualitative stage, 18 violence victims workers were intentionally selected to respond to the semi-structured interview. Quantitative findings were subjected to descriptive and analytical statistics, and qualitative data to thematic analysis. Results About 69.8% of the workers were exposed to violence, with the main victims being younger workers and the nursing staff (p=0.047). Violence was also associated with a worse assessment of relationships with colleagues (p=0.003) and managers (p=0.008). The interviewees attributed to the reception of the unit the space of greatest risk of aggression. The lack of resources, absence of a doctor in the unit and its location in areas of trafficking were aspects related to the exposure of professionals to violence. Conclusion Violence has proved prevalent in work in family health units and improvements in structure, human and material resources as well as public safety are needed to control and prevent worker aggression.