Linfócitos e volume plaquetário estão associados a complicações pós-esofagectomia por câncer: um estudo de coorte
Lymphocyte count and platelet volume predicts postoperative complications in esophagectomy for cancer: a cohort study

Arq. gastroenterol; 56 (4), 2019
Publication year: 2019

ABSTRACT BACKGROUND:

Biomarkers from routine complete blood count are known predictive factors of long-term outcomes in cancer patients. The value of these biomarkers in the setting of trimodal therapy for esophageal cancer in predicting early postoperative outcomes is not studied.

OBJECTIVE:

The present study evaluated the value of cellular blood components changes during neoadjuvant chemoradiotherapy followed by curative intent esophagectomy for cancer in predicting postoperative mortality and morbidity.

METHODS:

A cohort of 149 consecutive patients that underwent chemoradiotherapy using platinum- and taxane-based regimens followed by esophagectomy was analyzed. Cellular components of blood collected before neoadjuvant therapy (period A) and before surgery (period B) were assessed for postoperative mortality and complications. Univariate and multivariate Cox regression models were applied to evaluate the independent prognostic significance of blood count variables.

RESULTS:

Postoperative morbidity was present in 46% of the patients. On multiple regression analysis platelet volume (B) (OR: 1.53; 95% CI: 1.2-2.33) was an independent predictor of general complications. Severe postoperative surgical complications were present in 17% of the patients. On multiple regression analysis, lymphocyte decrease between B-A periods (OR: 0.992; 95% CI: 0.990-0.997) was related to higher risk for severe complications. Cervical anastomotic leakage was present in 25.6% of the patients. On univariate analysis eosinophil count in A and B periods was related to cervical anastomotic leakage. For this outcome, multivariate joint model could not identify independent risk variables of cellular components of blood. The 30-day mortality rate was 7.4%. On univariate analysis, platelet count in period B was associated to higher risk for mortality. The multivariate joint model could not accurately predict mortality due to the few number of patients in the mortality group.

CONCLUSION:

This is the first study to assess the relationship between peripheral blood count variables changes during neoadjuvant chemoradiotherapy using a platinum- and taxane-based regimen followed by curative intent esophagectomy for cancer in predicting postoperative complications. The platelet volume prior to surgery is related to postoperative complications and the lymphocyte count change prior to surgery predicts severe postoperative complications in the setting of trimodal therapy for esophageal cancer.

RESUMO CONTEXTO:

Os biomarcadores obtidos do hemograma completo são fatores prognósticos a longo prazo em pacientes com câncer. No entanto, o valor desses biomarcadores no contexto da terapia trimodal para o câncer de esôfago na predição de resultados pós-operatórios precoces não é estudado.

OBJETIVO:

O presente estudo avaliou o papel dos componentes celulares do sangue na predição de mortalidade e morbidade pós-operatória.

MÉTODOS:

Uma coorte de 149 pacientes consecutivos submetidos à quimiorradioterapia usando esquemas baseados em platina e taxano seguidos por esofagectomia foi analisada. Os componentes celulares do sangue coletados antes da terapia neoadjuvante (período A) e antes da cirurgia (período B) foram avaliados quanto à mortalidade e complicações pós-operatórias. Modelos de regressão de Cox univariada e multivariada foram aplicados para avaliar a significância prognóstica independente das variáveis da contagem sanguínea.

RESULTADOS:

A morbidade pós-operatória esteve presente em 46% dos pacientes. Na análise de regressão múltipla, o volume plaquetário (B) (OR: 1,53; IC95%: 1,2-2,33) foi um preditor independente de complicações gerais. Complicações cirúrgicas pós-operatórias graves estavam presentes em 17% dos pacientes. Na análise de regressão múltipla, a diminuição de linfócitos entre os períodos B-A (OR: 0,992; 95% CI: 0,990-0,997) esteve relacionada ao maior risco de complicações graves. Fístula da anastomose cervical esteve presente em 25,6% dos pacientes. Na análise univariada, a contagem de eosinófilos nos períodos A e B relacionou-se com a fístula da anastomose cervical. Para este resultado, o modelo multivariado de articulação não conseguiu identificar variáveis de risco independentes entre os componentes celulares do sangue. A taxa de mortalidade em 30 dias foi de 7,4%. Na análise univariada, a contagem no período B foi associada a maior risco de mortalidade. O modelo multivariado de articulação não pôde predizer mortalidade devido ao pequeno número de pacientes no grupo de mortalidade.

CONCLUSÃO:

Este é o primeiro estudo a avaliar o papel das variáveis do hemograma durante a quimiorradioterapia neoadjuvante para câncer na predição de complicações pós-operatórias. Volume plaquetário e variação da contagem de linfócitos séricos antes da cirurgia podem ser utilizados como biomarcadores preditivos de complicações pós-operatórias nos pacientes com neoplasia de esôfago submetidos a terapia trimodal.

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