Descolonizando a psicologia: notas para uma Psicologia Preta
Decolonizing psychology: notes for a Black Psychology
Fractal rev. psicol; 31 (spe), 2019
Publication year: 2019
O presente artigo investiga os efeitos da colonização na produção de subjetividade e na produção de conhecimento, em especial seu desdobramento na formação dos profissionais de psicologia. Com o objetivo de demonstrar a fragilidade da formação em psicologia no Brasil e os impactos do racismo nas subjetividades negras, o artigo apresenta epistemologias do campo da saúde mental historicamente apagadas nos currículos das graduações. Resgatamos o trabalho de Wade Nobles, Naim Akbar, Neusa Santos Sousa, dentre outros intelectuais negros e negras para, numa articulação com nossa experiência clínica, apontar como as subjetividades negras podem ser cuidadas em sua singularidade. Concluímos que o cuidado da saúde mental da população negra brasileira não pode se dar sem um resgate epistemológico das produções negras sobre o tema, e que a dimensão de aquilombamento que é instaurada na clínica quando do atendimento de pacientes negros por psicólogos negros é fundamental na promoção de saúde mental da população negra. Finalizamos estabelecendo direções clínico-políticas para a expansão de uma Psicologia Preta no Brasil.(AU)
This article investigates the effects of colonization on the production of subjectivity and on the production of knowledge, especially its development in the training of psychology professionals. In order to demonstrate the fragility of the training in psychology in Brazil for the treatment of the impacts of racism on black subjectivities, the article presents mental health epistemologies historically erased in the curricula of the graduations. We have retaken the work of Wade Nobles, Naim Akbar, Neusa Santos Sousa, among other black intellectuals and articulated it with our clinical experience to address black subjectivities and how they can be taken care of considering all their singularity. We have concluded that we cannot take care of Brazilian black population's mental health without an epistemological retake of black intellectual work on the subject and that the quilombola dimension instated in the clinical environment when black psychologists take care of black patients is essential in the mental health promotion of black population. We finalized stablishing clinical and political directions to an expansion of a Black Psychology in Brazil.(AU)