Limites da assistência oitocentista: o caso urbano de Juiz de Fora (MG)
The limits of healthcare assistance in the nineteenth century: the urban case of Juiz de Fora (Minas Gerais state)

Hist. ciênc. saúde-Manguinhos; 26 (supl.1), 2019
Publication year: 2019

Resumo O artigo tem por objetivo discutir os mecanismos de organização da assistência à saúde em Juiz de Fora (MG), na segunda metade do século XIX. Investigaram-se quais arranjos foram organizados para prover cuidado aos doentes e como essa estrutura se ajustou às demandas do cenário sociopolítico e econômico. Percebe-se que, enquanto perdurou o sistema escravista, o protagonismo do Hospital da Caridade juiz-forano foi irrelevante, uma vez que as fazendas de café possuíam instalações capazes de assistir os doentes. A fundação daquele equipamento de saúde cumpriu a função de catapultar o fazendeiro José Antonio da Silva Pinto - barão de Bertioga - no cenário da nobilitação à brasileira e de acomodar as exigências da legislação imperial nos moldes dos arranjos personalistas.
Abstract The objective of this article is to discuss the mechanisms of healthcare organization in the city of Juiz de Fora (Minas Gerais state), in the second half of the nineteenth century. We investigated the arrangements organized to provide care for the sick and how this structure adapted to the demands of the socio-political and economic scenario. It is noticeable that, while the slave system lasted, the Charity Hospital in Juiz de Fora was irrelevant, since the coffee plantations had facilities capable of caring for the sick. The founding of the healthcare facility fulfilled the function of catapulting the plantation owner José Antonio da Silva Pinto into the Brazilian nobility, becoming the baron de Bertioga, and of accommodating the requirements of imperial legislation through personalist arrangements.

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