Rev. bras. epidemiol; 22 (supl.3), 2019
Publication year: 2019
RESUMO Introdução:
A sepse representa a ocorrência de síndrome de resposta inflamatória sistêmica desencadeada por infecção inicial de um órgão ou sistema. Quando a sepse é atestada como causa do óbito, perde-se o primo diagnóstico, condicionando perda de informação quanto à sua origem. Objetivo:
Analisar as causas básicas após investigação de óbitos por sepse em 60 municípios do Brasil em 2017. Metodologia:
Foram selecionados todos os óbitos registrados em 2017 no Sistema de Informação sobre Mortalidade como sepse, e analisadas as proporções dos óbitos reclassificados após investigação em hospitais e outros serviços de saúde. Resultados:
Entre os 6.486 óbitos por sepse ocorridos nos 60 municípios foram investigados 1.584 (24,4%) e, destes, 1.308 (82,6%) foram reclassificados com outras causas básicas. A faixa etária de 70 a 89 anos obteve a maior concentração de registros, com 49,3% dos casos. Mais de 60% dos óbitos por sepse reclassificados após investigação tiveram doenças crônicas não transmissíveis como causa básica (65,6%), sendo a diabetes a causa específica mais comum neste grupamento. Doenças transmissíveis (9,6%) e causas externas (5,6%) como quedas foram também detectadas como causas básicas. Conclusão:
A partir das investigações dos óbitos por sepses foi possível conhecer a verdadeira causa de morte e as proporções de reclassificação. Essas informações contribuirão para melhorar a qualidade dos dados de mortalidade e para subsidiar o planejamento de ações em saúde pública no Brasil.
ABSTRACT Introduction:
Sepsis represents the occurrence of systemic inflammatory response syndrome triggered by the initial infection of an organ or system. When sepsis is certified as the cause of death, the first diagnosis is lost, leading to inaccurate information as to its origin. Objective:
To analyze the underlying causes of death from sepsis after investigation in 60 Brazilian municipalities in 2017. Methodology:
All deaths recorded in the Mortality Information System (SIM) as sepsis in 2017 were selected, and the proportions of reclassified deaths were calculated based on the results of research conducted in hospitals and other health services. Results:
Of the 6,486 deaths from sepsis that occurred in the 60 municipalities, 1,584 (24.4%) were investigated, and of these, 1,308 (82.6%) were reclassified with other underlying causes. Individuals aged from 70 to 89 years old showed the highest concentration in the records, with 49.3% of cases. More than 60% of the deaths from sepsis reclassified after the investigation had chronic non-communicable diseases as underlying causes (65.6%), with diabetes being the most common specific cause in this group. Communicable diseases (9.6%) and external causes (5.6%) such as falls were also detected as underlying causes. Conclusion:
The investigation of deaths from sepsis made it possible to identify the true causes of death and the proportions of reclassification. This information will improve the quality of mortality data and support the planning of public health actions in Brazil.