Biologia floral e sistema reprodutivo de Byrsonima coccolobifolia (Kunth) em uma savana amazônica
Floral Biology and the reproductive system of Byrsonima coccolobifolia (Kunth) in an amazonian savanna
Acta amaz; 36 (2), 2006
Publication year: 2006
A biologia reprodutiva de Byrsonima coccolobifolia, foi avaliada em uma população de savana do Estado de Roraima. A espécie é constituída de arbustos e arvoretas com altura inferior a 3m, de flores hermafroditas zigomorfas, pentâmeras, reunidas em inflorescências do tipo racemo terminal, produzidos em brotações novas, o cálice é composto por cinco sépalas, que apresentam um par de glândulas produtoras de óleo. A corola é formada por cinco pétalas albo-róseas e unguiculadas, o androceu é composto por dez estames com anteras de coloração amarela. A antese pode ser noturna ou diurna, estende-se por um período médio de 12 horas e as flores costumam ficar abertas e vistosas por um período adicional de 15 horas, quando se inicia a senescência. Foram registrados dois episódios de floração e o fogo parece ser um fator ambiental estimulador desta fenofase. Os visitantes florais predominantes foram abelhas das famílias Anthophoridae (Centris sp. e Xylocopa sp.) e Apidae (Apis mellifera e Bombus sp.). Os resultados das polinizações controladas e o cálculo do índice de auto-incompatibilidade (ISI) indicam que a espécie apresenta comportamento protogínico e é autocompatível, produzindo frutos em todos os tratamentos de autopolinização em proporções semelhantes à polinização natural, não sendo confirmada a produção de frutos apomíticos. Entretanto, os percentuais de frutos formados nos tratamentos de xenogamia foram significativamente superiores aos tratamentos de autofertilização, indicando que B. coccolobifolia apresenta um sistema reprodutivo misto com níveis elevados de alogamia e autogamia.
The reproductive biology of Byrsonima coccolobifolia was evaluated in a savanna area of State of Roraima, Brazil. This is a woody species of bushes and small trees 3m tall. The flowers are hermaphrodite, pentamerous, zygomorphic, arranged in a terminal inflorescence, produced in new sprouts. Five sepals form the calyx, each one with a pair of oil-producing glands, called elaiophores. The corolla is pale-pink and formed by five clawed and fringed petals, and the androecium is composed of ten stamens with yellow-colored anthers. The anthesis can be nocturnal or diurnal, which lasts for an average of 12 hours, and the flowers usually remain open and pretty for 15 more hours after the end of the process, when senescing begins. Two flowering periods were registered and the fire seems to be a factor environmental stimulator of this phonological phase. The predominant floral visitors were bees of the families Anthophoridae (Centris sp. and Xylocopasp.) and Apidae (Apis mellífera and Bombus sp.). Results of controlled pollination and the self-incompatibility index (ISI) suggest that the species presents protogynous behavior and is self-compatible, producing fruits in all self-pollination treatments in similar proportions as under natural pollination. The production of apomict fruits was not confirmed. However, the percentages of fruits formed under xenogamy treatments were significantly superior to the fruit-set in self-fertilization. This suggests that the species presents a mixed reproductive system with high allogamy and autogamy levels.