Recalcamento na dúvida metódica: moções inconscientes e seus respectivos atenuadores nas meditações de Descartes
Repression in methodical doubt: unconscious motions and their respective attenuators in the methodical doubt of Descartes

Gerais (Univ. Fed. Juiz Fora); 13 (1), 2020
Publication year: 2020

O objetivo do presente artigo é analisar o conteúdo das meditações, presentes no Discurso sobre o Método (1637) e Meditações sobre a Filosofia Primeira (1641), de Renée Descartes, a partir das noções estabelecidas pelo Psicanalista Jean Laplanche sobre Revoluções Copernicanas e recaídas Ptolomaicas. Estendendo o designativo Revolução Copernicana, que Laplanche concede à Psicanálise, em específico, à descoberta de um inconsciente no qual residem disposições profundamente sexuais e de origem alteritária, pretende-se a utilização dessa noção para além do texto freudiano, no qual a teorização de Laplanche está prioritariamente concentrada. Uma vez requalificada, propõe-se a partir dessa perspectiva expor as proximidades do percurso de Descartes em suas meditações e a situação analítica. Esse exercício inclui-se na experiência extramuros, na qual a unidade teórica psicanalítica é colocada em movimento, diante de um objeto que lhe é exterior, renovando a sua vocação revolucionária copernicana fundamental.
The purpose of this article is to analyze the content of meditations present in Discourse on Method (1637) and Meditations on First Philosophy (1641), both of René Descartes' authorship, based on the notions established by psychoanalyst Jean Laplanche about Copernican Revolutions and Ptolemaic relapses. Extending the Copernican Revolutions designation - which Laplanche grants specifically to Psychoanalysis - to the discovery of an unconscious where there are deeply sexual dispositions with alteritarian origins, the intention is to use this notion beyond the Freudian text, in which Laplanche's theories are mainly focused. Once this new meaning has been assigned, we proposed to expose the similarities between Descartes' meditations and the analytical situation. This exercise includes an experience "beyond the walls", where the psychoanalytic practice is put in motion before an external object, renewing its fundamental Copernican revolutionary vocation.

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