(Im)possibilidade de mobilização subjetiva na clínica das patologias do trabalho: o caso das professoras readaptadas
(Im)possibility of subjective mobilization in the clinic of work pathologies: the case of readapted teachers
(Im)posibilidad de movilización subjetiva en la clínica de las patologías del trabajo: el caso de profesoras readaptadas
(Im)possibilité de Mobilisation Subjective en Clinique de Pathologies de Travail: Le Cas des Enseignants Réadaptés

Rev. Subj. (Impr.); 19 (2), 2019
Publication year: 2019

A partir da constatação de que os estudos em clínica psicodinâmica do trabalho enfocam trabalhadores em situação de normalidade e não expressam, claramente, como a mobilização subjetiva ocorre a partir da escuta clínica, pretendeu-se, com este artigo, problematizar o conceito dejouriano de mobilização subjetiva em contexto de trabalhadores adoecidos. A pesquisa foi realizada com base no referencial teórico e metodológico da psicodinâmica do trabalho. Foram realizadas 22 sessões de clínica do trabalho com professoras readaptadas do Distrito Federal e os dados foram analisados conforme a técnica de análise clínica do trabalho. A mobilização subjetiva, como um processo de resgate do sentido e do prazer no trabalho, não foi possível de ser alcançada na clínica. Esse resultado se deve ao fato de o trabalho na readaptação se constituir em um trabalho morto, inclusive no sentido de contribuir para o isolamento e a exclusão dessas profissionais, levando ao desmoronamento dos laços sociais e à impossibilidade de uma mobilização coletiva potente o suficiente para mudar as questões estruturais desse não trabalho a que estão submetidas. Apesar de defender a impossibilidade de mobilização subjetiva em um trabalho morto, a grande contribuição da clínica do trabalho realizada foi no sentido de demonstrar a potência política da clínica do trabalho a partir de novos destinos que as professoras adoecidas puderam dar ao sofrimento.
This article aimed to problematize the Dejourian concept of subjective mobilization in the context of sick workers based on the fact that studies in clinical psychodynamic work focus on workers in a normal situation and do not clearly express how subjective mobilization occurs from clinical listening. The research was based on the theoretical and methodological framework of psychodynamic work. Twenty-two occupational clinic sessions were held with readapted teachers from the Federal District and the data were analyzed according to the clinical work analysis technique. Subjective mobilization, as a process of rescuing meaning and pleasure at work, could not be achieved in the clinic. This result is due to the fact that the work on re-adaptation constitutes a dead work, including in the sense of contributing to the isolation and exclusion of these professionals, leading to the collapse of social ties and the impossibility of a collective mobilization powerful enough to change the structural issues of this non-work to which they are subjected. Despite defending the impossibility of subjective mobilization in a dead work, the great contribution of the clinic work performed was to demonstrate the political power of the work clinic from new destinations that the sick teachers could give to suffering.
A partir de la constatación de que los estudios en clínica psico-dinámica del trabajo enfocan trabajadores en situación de normalidad y no exprimen, claramente, cómo la movilización subjetiva ocurre a partir de la escucha clínica, se pretendió, con este trabajo, problematizar el concepto dejouriano de movilización subjetiva en contexto de trabajadores enfermos. La investigación fue realizada con base en el referencial teórico y metodológico de la psico-dinámica del trabajo. Fueron realizadas 22 sesiones de clínica del trabajo con profesoras readaptadas del Distrito Federal y los datos fueron analizados según la técnica de análisis clínica del trabajo. La movilización subjetiva, como un proceso de rescate del sentido y del placer en el trabajo, no fue posible de ser alcanzada en la clínica. Este resultado es debido al hecho de que el trabajo en la readaptación se constituye en un trabajo muerto, incluso en el sentido de contribuir para el aislamiento y la exclusión de estas profesionales, llevando al derrumbe de los lazos sociales y a la imposibilidad de una movilización colectiva suficientemente fuerte para cambiar cuestiones estructurales de este no-trabajo a lo cual están sometidas. Aunque se defienda la imposibilidad de movilización subjetiva en un trabajo muerto, la gran contribución de la clínica del trabajo realizada fue en el sentido de demostrar la potencia política de la clínica del trabajo a partir de nuevos destinos que las profesoras enfermas pudieron dar al sufrimiento.
À partir de la constatation que les études sur le travail chez des cliniques psychodynamiques n'observent que des travailleurs en situation normale et n'expriment pas clairement comment la mobilisation subjective peut arriver chez l'écoute clinique, cet article a l'objectif à problématiser le concept de mobilisation subjective de Dejourian dans le contexte des travailleurs malades. La recherche a été menée sur la base du cadre théorique et méthodologique de la psychodynamique du travail. Vingt-deux séances de clinique du travail ont été organisées avec des enseignantes réadaptées du District Fédéral, au Brésil. Les données ont été analysées selon la technique d'analyse du travail clinique. La mobilisation subjective, en tant que processus de récupération du sens et du plaisir au travail, n'a pas pu être réalisée dans la clinique. Ce résultat est dû au fait que le travail de réadaptation constitue un travail mort, spécialement au sens de contribuer à l'isolement et à l'exclusion de ces professionnelles. Cela conduit à la rupture des liens sociaux et à l'impossibilité d'une mobilisation collective assez puissante pour changer les problèmes structurels de ce non-travail auquel elles sont soumises. Malgré la défense de l'impossibilité de mobilisation subjective dans un travail mort, la contribution importante de la clinique de travail réalisée a été de démontrer le pouvoir politique de la clinique de travail à partir de nouvelles destinations que les enseignantes malades ont pu donner à la souffrance.

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