Rev. bras. crescimento desenvolv. hum; 30 (1), 2020
Publication year: 2020
Introdução:
A pandemia do Corona vírus (COVID-19) provocou em caráter emergencial a necessidade dos gestores das faculdades e universidades de todo mundo de reinventar novas formas de prover o ensino preservando a qualidade dele. Com as novas portarias do Ministério da Educação e Saúde, houve uma abertura para que todos os cursos utilizassem de metodologias remotas para continuidade do ano letivo, surgindo novos desafios e paradigmas com essa proposta metodológica: prover para o usuário, a sensação de imersão, de estar dentro do ambiente, a partir da navegação e interação nesse meio virtual, ao mesmo tempo que o educador, respeitando os princípios educacionais e a abordagem pedagógica que acredita, não transformar esse momento em uma simples educação à distância. Objetivo:
Descrever o estado da arte sobre o ensino de enfermagem e os desafios do uso de tecnologias remotas em época de pandemia do Corona vírus. Método:
Trata-se de estudo reflexivo consubstanciado por fontes secundárias da literatura pertinente à temática, considerando artigos de periódicos nacionais e internacionais e produções recentes sobre educação, formação em saúde, tecnologias remotas, o COVId-19 e saúde pública. Resultados:
Evidencia-se que vivenciar os efeitos da pandemia de corona vírus (COVID-19) no setor educacional na formação em saúde, em especial no campo da enfermagem, vai além de uma reorganização estrutural dos cursos, pois implica em mudança atitudinal dos gestores, docentes e discentes para que reformulem as práticas de ensino (por vezes com ferramentas tradicionais), em práticas inovadoras preservando um ensino que propicie ao estudante a criticidade, reflexão, diálogo, vínculo e interação; elementos que fazem parte de uma formação que visa a transformação, o empoderamento e não apenas a transmissão do conhecimento. Nesse contexto, a pandemia do COVID-19 provocou mudanças de paradigmas talvez ainda não superados pelas instituições na área da saúde, pois ao se perceberem dentro de uma realidade em que gerou mudanças nos aspectos políticos, econômicos, culturais e sociais em nível mundial, estas tiveram que se reinventar e inserir no seu processo de trabalho as novas formas de ensinar; tiveram que discutir sobre as diferentes abordagens educacionais e diante das necessidades do readequar os métodos de ensino em saúde, inseriram as tecnologias remotas como ferramentas essenciais para atender a real necessidade da continuidade das aulas no formato não presencial. Para muitos um desafio, pois permeia atualmente uma reflexão sobre o cuidado do ensino à distância no campo da enfermagem e demais cursos da área da saúde. Entretanto, à medida que se abriu para discussões sobre novas formas de ensinar mediadas pela inovação, pode-se dizer que esse será o maior impacto da pandemia para o ensino: a contribuição das novas tecnologias de informação e comunicação no processo ensino aprendizagem para formação em saúde, assim como a reflexão sobre a educação à distância e seus conceitos, diferenciando-a dos conceitos de metodologia remota e o uso das tecnologias. Conclusão:
No ensino da enfermagem, a discussão relacionada ao uso de tecnologias remotas em sala de aula sempre foi um ponto de debate. Entretanto, com a necessidade da inclusão dessas ferramentas para a continuidade de aulas no formato não presencial decorrente da estratégia do isolamento social motivada pela pandemia do COVID-19, pode oportunizar a se ter um novo olhar sobre o assunto e que talvez com esse momento vivido se haja oportunidade de ampliar o debate sobre uso dessas metodologias remotas no ensino em saúde, buscando uma reflexão sobre a interação destas com os demais métodos de ensino já implementados.(AU)
ntrooduction:
The Corona virus (COVID-19) pandemic caused, among others, the need for colleges and universities managers around the world to reinvent new ways of providing education preserving its good quality at the same time. With the new ordinances of the Ministry of Education and Health, all courses can use remote methodologies for the continuity on the current school year. With new challenges and paradigms emerging from this methodological proposal:
provide for the user the feeling of immersion, of being in the class room, from the navigation and interaction in this virtual environment, at the same time that the educator, respecting the educational principles and the pedagogical approach that he believes, does not transform this moment into a simple distance education. Objective:
To describe the state of the art on nursing education and the challenges of using remote technologies in the time of Corona virus pandemic. Methods:
This is a reflective study based on secondary sources of literature relevant to the theme, considering articles from national and international journals and recent productions on education, health training, remote technologies, COVId-19 and public health. Results:
It is evident that experiencing the effects of the corona virus pandemic (COVID-19) in the health educational sector, especially in the field of nursing, goes beyond a structural reorganization of courses. It implies change attitude of managers, teachers and students to reformulate educational practices (sometimes with traditional tools), with innovative practices preserving a methodology that provides to the student criticality reflection, dialogue, bonding and interaction; elements that are part of a training aimed at transformation, empowerment and not just the transmission of knowledge. In this context, the COVID-19 pandemic caused paradigm shifts perhaps not yet overcome by health science institutions , because when they perceived themselves within a reality that generated changes in the political, economic, cultural and social aspects at a global level, they had to reinvent and insert new ways of teaching in their work process; they had to discuss different educational approaches and, given the needs to readjust health teaching methods, they inserted remote technologies as essential tools to meet the real need for continuity of classes in non-face-to-face model. For many, it is a challenge, as it currently permeates a reflection on the attention of distance learning in the field of nursing and other courses in the health area. However, as it opened up to discussions about new ways of teaching mediated by innovation, it can be said that this will be one of the greatest impact of the pandemic in benefit the education: the contribution of new information and communication technologies in the teaching-learning process for training in health, as well as the reflection on distance education and its concepts, differentiating it from the concepts of remote methodology and the use of technologies. Conclusion:
In nursing education, the discussion related to the use of remote technologies in the classroom has always been a point of debate. However, with the need to include these tools for the continuity of classes in the non-face-to-face model resulting from the social isolation strategy motivated by the pandemic of COVID-19, it can provide an opportunity to have a new look on the subject and perhaps there is an opportunity to expand the debate on the use of remote methodologies in health education, seeking a reflection on their interaction with the other teaching methods already implemented.(AU)