Corpos trans* na medida socioeducativa de internação: desestabilizando práticas e produzindo novidades
Trans* bodies in the juvenile detention centers: destabilizing practices and producing novelties
Los cuerpos trans* en centros de encarcelamiento juvenil: prácticas desestabilizadoras y producción de novedades
Psicol. ciênc. prof; 39 (3,n.esp), 2019
Publication year: 2019
O presente trabalho discute como a chegada de uma jovem trans* em uma unidade feminina de internação do Departamento Geral de Ações Socioeducativas (Degase-RJ) movimentou, produziu tensões e revelou importantes dinâmicas, práticas e discursos a respeito de gênero, sexualidade, transexualidade e direitos. Tomando como acontecimento a chegada de dessa jovem, a qual chamaremos de Estrela, procuramos identificar as forças que possibilitam e/ou dificultam a discussão de gênero no sistema socioeducativo, bem
como os modos como o corpo de Estrela produz movimentos instituintes que desestabilizam certezas e verdades a respeito do gênero, do sexo e do desejo. O trabalho se desenvolveu a partir de duas pesquisas realizadas na referida unidade, ambas pautadas pelo paradigma ético/estético/político da cartografia. Buscando acompanhar alguns processos desenrolados a partir da chegada de Estrela, como a criação de um Grupo de Trabalho sobre diversidade sexual e de gênero e a produção do Regimento Interno do Degase (Decreto n. 46.525/18), discutimos como a presença da jovem demandou a criação de ações e estratégias institucionais que, não sem dificuldades e desafios, buscaram pautar a temática de gênero a partir de uma perspectiva da garantia de direitos...(AU)
This article debates how the arrival of a young transexual woman in a female juveniledetention center (Degase) in Rio de Janeiro tensioned and revealed important dynamics, practices and discourses about gender, sexuality, transexuality and rights. Taking Esrela’s arrival as a starting point, we aim to identify the forces that produce and/or make difficult some discussions about gender in this context, as well as to debate the ways Estrela’s body made unstable some certainties about gender, sex and desire. The discussions here come from two different researches developed in the female juvenile detention center where Estrela was, both using the cartographic method and its ethical/aesthetic/political paradigm. In order to follow some processes unrolled by Estrela’s arrival, such as the creation of a group to discuss gender and sexual diversity and Degase’s internal regiment, we discuss how Estrela’s presence emanded actions and strategies to talk about gender from a human right’s perspective, although not
without difficulties and challenges...(AU)
El presente trabajo discute cómo la llegada de una joven trans* en una unidad femenina de internación del Departamento General de Acciones Socioeducativas (Degase-RJ) movió, produjo tensiones y reveló importantes dinámicas, prácticas y discursos acerca de género, sexualidad, transexualidad y derechos. Tomando como acontecimiento la llegada de esa joven, a la que llamaremos Estrela, buscamos identificar las fuerzas que posibilitan y/o dificultan la discusión de género en el sistema socioeducativo, así como los modos como el cuerpo de Estrela produce movimientos instituyentes que desestabilizan certezas y verdades sobre género, sexo y deseo. El trabajo se desarrolló a partir de dos investigaciones realizadas en la referida unidad, ambas pautadas por el paradigma etico/estético/político de la cartografía. Buscando acompañar algunos procesos desenrollados a partir de la llegada de Estrela, como la creación de un Grupo de Trabajo sobre diversidad sexual y de género y la producción del Reglamento Interno del Degase, discutimos cómo la presencia de la joven demandó la creación de acciones y estrategias institucionales que, no sin dificultades y desafíos, buscaron pautar la temática de género desde una perspectiva de la garantía de derechos...(AU)