Rev. bras. promoç. saúde (Online); 32 (), 2019
Publication year: 2019
Objetivo:
Analisar a prevalência da discriminação por raça/cor praticada por prestadores de cuidados em serviços de saúde no Brasil e seus fatores associados. Métodos:
Estudo transversal realizado a partir dos dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2013, com variável dependente elaborada a partir da resposta à questão X25: O(A) Sr(a) já se sentiu discriminado (a) ou tratado(a) pior do que as outras pessoas no serviço de saúde? As variáveis independentes foram: região de moradia no paÃs, situação de domicÃlio, raça/cor, sexo, faixa etária, vive com cônjuge, ocupação, escolaridade, critério de classe social no Brasil, tabagismo, alcoolismo, presença de multimorbidade, autoavaliação de saúde e uso de plano privado de saúde médico ou odontológico. Esses fatores foram analisados através das razões de prevalência (RP), com análise multivariada pela regressão de Poisson (IC95%), com teste de Wald para estimação robusta. Resultados:
A prevalência da discriminação por raça/cor foi de 1,45% (n=6055), associada a ser negro (RP 3,74 IC95% 2,89-4,85), ter idade entre 25-39 anos (RP 1,89 IC95% 1,21-2,55), ser fumante (RP 1,55 IC95% 1,17-2,09), possuir quatro morbidades (RP 2,54 IC95% 1,62-3,99), avaliar a própria saúde como ruim ou muito ruim (RP 1,76 IC95% 1,25-2,48), ser usuário do serviço público de saúde (RP 1,33 IC95% 1,02-1,73) e residir na zona urbana do paÃs (RP 1,48 IC95% 1,10-1,98). Conclusão:
A discriminação por raça/cor praticada por prestadores de cuidados de saúde no Brasil apresenta baixa prevalência, o que pode estar relacionado às construções e sanções culturais, sociais e legais envolvidas nesse fenômeno.
Objective:
To analyze the prevalence of race/color discrimination practiced by healthcare providers in Brazil and its associated factors. Methods:
Cross-sectional study based on data from the 2013 National Health Survey (PNS). The dependent variable was elaborated from the answer to question X25 - Have you ever felt discriminated against or treated worse than other people in the health service? The independent variables used in the study were: region of residence in the country, domicile situation, skin color, sex, age group, living with spouse, occupation, education, social class criterion in Brazil, smoking, alcoholism, presence of multimorbidity, self-rated health and use of a private medical or dental health plan. These factors were analyzed through the Prevalence Ratios (PR), with Poisson Regression multivariate analysis (95% CI), using the Wald test for robust estimation. Results:
The prevalence of race/color discrimination was 1.45%% (n = 6055), associated with being black (PR 3.74 95% CI 2.89-4.85), aged 25-39 years (PR 1.89 95% CI 1.21-2.55), being a smoker (PR 1.55 95% CI 1.17-2.09), having four morbidities (PR 2.54 95% CI 1.62-3 99), evaluate their health as poor or very poor (PR 1.76 95% CI 1.25-2.48), be a public health service user (PR 1.33 95% CI 1.02-1.73 ), and reside in the urban area of the country (PR 1.48 95% CI 1.10-1.98). Conclusion:
It was possible to identify that the discrimination by race/color practiced by healthcare providers in Brazil has low prevalence, which may be related to the cultural, social and legal constructions and sanctions involved in this phenomenon.
Objetivo:
Analizar la prevalencia de la discriminación de raza/color practicada por los prestadores de cuidados de servicios de salud de Brasil y sus factores asociados. Métodos:
Estudio transversal realizado a partir de los datos de la Investigación Nacional de Salud (INS) de 2013 con la variable dependiente elaborada a partir de la respuesta de la pregunta X25: Usted ya se sintió discriminado(a) o tratado(a) peor que las otras personas en el servicio de salud? Las variables independientes fueron: la región de vivienda en el paÃs, la situación del hogar, la raza/color, el sexo, la franja de edad, si vive con pareja, la ocupación, la escolaridad, el criterio de clase social en Brasil, el tabaquismo, el alcoholismo, la presencia de multimorbidad, la auto evaluación de la salud y el uso de seguro privado de salud médico o de salud bucal. Eses factores han sido analizados a través de las razones prevalencia (RP), el análisis multivariado por la regresión de Poisson (IC95%), la prueba de Wald para estimación robusta. Resultados:
La prevalencia de la discriminación de raza/color ha sido del 1,45% (n=6055) asociada con el hecho de tener el color negro (RP 3,74 IC95% 2,89-4,85), tener la edad entre 25-39 años (RP 1,89 IC95% 1,21-2,55), ser fumador (RP 1,55 IC95% 1,17-2,09), tener cuatro morbidades (RP 2,54 IC95% 1,62-3,99), evaluar la propia salud como mala o muy mala (RP 1,76 IC95% 1,25-2,48), ser usuario del servicio público de salud (RP 1,33 IC95% 1,02-1,73) y vivir en la zona urbana del paÃs (RP 1,48 IC95% 1,10-1,98). Conclusión:
La discriminación de raza/color practicada por los prestadores de cuidados de salud de Brasil presenta baja prevalencia lo que puede estar relacionado con las construcciones y sanciones culturales, sociales y legales de ese fenómeno.