Gênero, adolescência e psicanálise: o impacto das relações de gênero na saúde mental de adolescentes na cidade de São Paulo
Gender, adolescence and psychoanalysis: the impact of gender relations on the mental health of adolescents in the city of São Paulo
Género, adolescencia y psicoanálisis: el impacto de las relaciones de género sobre la salud mental de adolescentes en la ciudad de São Paulo

Vínculo (São Paulo, Online); 16 (2), 2019
Publication year: 2019

Este artigo resulta de uma pesquisa qualitativa com dez adolescentes do sexo feminino, estudantes de escolas particulares, residentes na capital, com idades entre 14 a 17 anos; cujo objetivo foi investigar como percebiam e definiam gênero - masculinidades e feminilidades - e compreender como as vivências dessas relações repercutiam nos processos de subjetivação. Foram realizadas entrevistas individuais semiestruturadas, em média com uma hora de duração, sendo estas gravadas e transcritas. A partir da análise dos discursos e do referencial psicanalítico, verificou-se que, para a maioria delas, perceber-se como mulher era se dar conta de um estado de alienação ou de desapropriação subjetiva, o qual se expressava num corpo passível de pertencer ao outro (de ser violado) e numa força sempre sujeita a se converter em fraqueza (nos embates contra o machismo).

A percepção do gênero apareceu de dois modos:

a) como um fardo, pois temiam sofrer violência sexual; afirmavam que precisariam lutar mais do que os meninos para conquistar uma carreira; sofriam com o machismo e chegavam a se culpar pela violência da qual eram vítimas. b) pela transgressão como uma postura de enfrentamento.
This article results from a qualitative research with ten female adolescents, students from private schools, living in the capital, aged between 14 and 17 years; whose objective was to investigate how they perceived and defined gender - masculinities and femininities - and to understand how the experiences of these relationships resonate in the processes of subjectivation. Semi-structured individual interviews were conducted, on average with 1 hour of duration, being recorded and transcribed. From the analysis of the discourses and psychoanalytic referential, it was found that, for most of them, perceiving themselves as a woman was to realize a state of alienation or subjective disappropriation, which was expressed in a body that could belong to other (to be violated) and in a force always subject to becoming weak (in the struggles against machismo).

The perception of the genre appeared in two ways:

a) as a burden, because they feared to suffer sexual violence; claimed they would need to fight more than boys to win a career; suffered from machismo and even were blamed for the violence they were victims. b) by transgression as a posture of coping.
Este artículo es el resultado de una investigación cualitativa con diez mujeres adolescentes, alumnas de colegios privados, residentes en la capital, de 14 a 17 años. El objetivo de este estudio fue investigar cómo percibían y definían el género (masculinidades y feminidades) y comprender cómo las experiencias de estas relaciones tuvieran repercusiones en los procesos de subjetivación. Se realizaron entrevistas individuales semiestructuradas, con una duración promedio de una hora, que se grabaron y transcribieron. A partir del análisis de los discursos y el marco psicoanalítico, se descubrió que, para la mayoría de ellos, percibir como mujer era darse cuenta de un estado de alienación o expropiación subjetiva, que se expresaba en un cuerpo que podía pertenecer al otro (para ser violado) y una fuerza que siempre está sujeta a convertirse en debilidad (en los enfrentamientos contra el machismo).

La percepción de género apareció de dos maneras:

a) como una carga, ya temían sufrir violencia sexual; dijeron que tenían que pelear más que los niños para obtener una carrera; sufrían de machismo e incluso se culpaban de la violencia de la que eran víctimas. b) la transgresión como uma postura de afrontamiento.

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