Idealizações e prescrições psicanalíticas acerca da maternidade em Chodorow: um debate atual
Idelizations and psychoanalytical prescriptions about maternity in Chodorow: A present debate
Idealizaciones y prescripciones psicoanalíticas sobre la maternidad en Chodorow: un debate actual
Psicol. ciênc. prof; 40 (), 2020
Publication year: 2020
O propósito deste trabalho é discutir os problemas da idealização da maternidade em teorias psicanalíticas. Adotamos o livro The Reproduction of Mothering como objeto para análise em função de sua repercussão histórica na psicanálise e no feminismo, bem como pela fundamentação teórica utilizada também em recentes estudos psicanalíticos sobre a maternidade. O estudo permitiu evidenciar que, mesmo partindo de uma perspectiva feminista, o livro analisado reproduz a idealização da maternidade, não considerando as ambivalências presentes no cuidado de crianças, nem a possibilidade de mulheres não terem desejo de maternar. A hipótese trabalhada é a de que a perspectiva psicanalítica que dá base para as formulações da autora facilita a prescrição sobre quem pode ou não exercer o cuidado e a reduzir a importância do universo social e desejante de quem cuida. A psicanálise de Jean Laplanche é apresentada como alternativa potencialmente mais aberta para a diversidade presente no cuidado de crianças. Pretendemos com este trabalho evidenciar a necessidade do contínuo debate entre psicanálise e perspectivas de crítica social, como o feminismo, bem como instigar a problematização dos pressupostos das teorias psicanalíticas que se propõe atualmente a discutir os temas da maternidade e do cuidado de crianças...(AU).
The aim of this paper is to discuss the problems of maternity idealization present in psychoanalytical theories. We adopt the book The Reproduction of Mothering as analysis’ object because of its historical repercussion in psychoanalysis and feminism, as well as because of its theoretical reasoning also used in recent psychoanalytical studies about maternity. The paper allowed to show that, even starting from a feminist perspective, the analyzed book reproduces the idealization of maternity, not considering the ambivalences present in children care, not even the possibility of women not desiring to be mothers. The hypothesis worked through is that the psychoanalytical perspective that lays the foundation for the author’s formulations facilitates the prescription about who can or cannot exercise the care and to reduce the importance of the social and desiring universe of the person who cares. Jean Laplanche’s psychoanalysis is presented as a potentially more open alternative to diversity present in children care. We intend with this paper to show the necessity of continuous debate between psychoanalysis and social critic perspectives, as feminism, as well as to instigate the problematization of purposes of psychoanalytical theories that presently propose to discuss themes about maternity and children care...(AU).
El propósito de este trabajo es discutir los problemas de la idealización de la maternidad en teorías psicoanalíticas. Adoptamos el libro The Reproduction of Mothering como objeto para análisis en función de su repercusión histórica en el psicoanálisis y en el feminismo, así como por la fundamentación teórica utilizada también en recientes estudios psicoanalíticos sobre la maternidad. El estudio permitió evidenciar que, aunque partiendo de una perspectiva feminista, el libro analizado reproduce la idealización de la maternidad, no considerando las ambivalencias presentes en el cuidado infantil, ni la posibilidad de que mujeres no tengan deseo de maternizar. La hipótesis trabajada es la de que la perspectiva psicoanalítica que da base para las formulaciones de la autora facilita la prescripción sobre quien puede o no ejercer el cuidado y a reducir la importancia del universo social y deseante de quien cuida. El psicoanálisis de Jean Laplanche se presenta como alternativa potencialmente más abierta para la diversidad presente en el cuidado infantil. Pretendemos con este trabajo evidenciar la necesidad del continuo debate entre el psicoanálisis y las perspectivas de la crítica social, como el feminismo, así como instigar la problematización de los supuestos de las teorías psicoanalíticas que actualmente se proponen a discutir los temas de la maternidad y del cuidado infantil...(AU).