Relações de gênero e conhecimento em psicologia: contribuições da teoria crítica
Gender relations and knowledge in psychology: contributions from the critical theory
Relaciones de género y conocimiento en psicología: contribuciones de la teoría crítica
Psicol. Estud. (Online); 21 (3), 2016
Publication year: 2016
Este trabalho apresenta algumas discussões recentes levantadas pela teoria crítica feminista, que contribuem para problematizar a objetividade científica da psicologia. Denuncia-se, primeiramente, falsa neutralidade de gênero que, embutida na ideia de um ser humano genérico, conduz a uma necessária revisão de conceitos supostamente universais. Um desses conceitos é aquele de justiça, que permeia estudos sobre moral em psicologia do desenvolvimento. Ao mesmo tempo, discute-se a predominância de determinado gênero nas universidades, instituindo e legitimando experiências específicas no processo de construção de conhecimentos na área. Exploram-se artigos de autoras feministas identificadas com o campo teórico-crítico, com foco na questão da identidade, bem como nas implicações políticas das concepções de linguagem envolvidas em suas posições. Por fim, dialogando-se com autores da primeira geração da escola de Frankfurt, propõe-se a consideração da dialética entre conceito e experiência para a construção de novos saberes e estratégias visando à igualdade de gênero. Espera-se mostrar que a crítica feminista atingiu pilares importantes da psicologia, que, como ciência, não pode permanecer inerte frente aos desafios que lhe vêm sendo colocados. Os diversos campos da psicologia precisam se mobilizar na construção de estratégias emancipatórias, capazes de assegurar a própria validade dos conhecimentos produzidos pela área.
This paper presents some recent discussions raised by the feminist critical theory, which contribute to put in question the scientific objectivity of Psychology. It is alleged, first, a false neutrality of genre, built on the idea of a generic human being. This discussion leads to a necessary revision of supposedly universal concepts. One of these concepts is that of justice that pervades studies on moral in Psychology of Development. At the same time, it discusses the prevalence of a certain gender in universities, by establishing and legitimizing specific experiences in the construction of knowledge in the area. It explores works of feminist authors identified with the Critical Theory, focusing on the question of identity, as well as the political implications of language concepts involved in their positions. Finally, dialoguing with authors of the first generation of the Frankfurt School, it is proposed to consider the dialectic between concept and experience for building new knowledge and strategies for gender equality. It is expected to show that the feminist critique reached important pillars of psychology, which, like science, cannot remain inert in front of the new challenges. The various fields of psychology need to mobilize for construction of emancipatory strategies in order to ensure the very validity of the knowledge produced in the area.
Este artículo presenta algunas discusiones recientes planteadas por la teoría crítica feminista, que contribuyen a cuestionar la objetividad científica de la psicología. Se denuncia, en primer lugar, una falsa neutralidad de género, basada en la idea de un ser humano genérico, que lleva a una necesaria revisión de conceptos supuestamente universales. Uno de estos conceptos es el de la justicia que impregna estudios sobre moral en Psicología del Desarrollo. A la vez, se analiza la prevalencia de um determinado género en las universidades, lo que resulta en el establecimiento y la legitimación de experiencias específicas en la construcción del conocimiento en el área. Se explora artículos de autores feministas identificadas con el campo teórico-crítico, centrándose en la cuestión de la identidad y las implicaciones políticas de los conceptos del lenguaje involucrados en sus posiciones. Por último, en diálogo con los autores de la primera generación de la Escuela de Frankfurt, se propone considerar la dialéctica entre el concepto y la experiencia para la construcción de nuevos conocimientos y estrategias para la igualdad de género. Se espera que muestre que la crítica feminista alcanzó importantes pilares de la psicología, que, al igual que la ciencia, no pueden permanecer inertes frente a los retos que se han planteado a él. Los diversos campos de la psicología tienen que movilizar a la construcción de estrategias emancipadoras para garantizar la validez misma del conocimiento producido en el área.