Inversion of traditional gender roles and intimate partner violence against pregnant women
Inversão de papéis tradicionais de gênero e violência por parceiros íntimos contra gestantes
Inversión de los roles tradicionales de género y violencia doméstica contra mujeres embarazadas

Cad. Saúde Pública (Online); 36 (5), 2020
Publication year: 2020

This study analyzed the association between the inversion of traditional gender roles and exclusive psychological and physical/sexual intimate partner violence, in a cross-sectional study of Brazilian pregnant women, identified through prenatal services in the municipalities of São Luís, Maranhão State (n = 992) and Ribeirão Preto, São Paulo State (n = 943). The pregnant women ranged from 12 to 45 years. Inversion of traditional gender roles was assessed by calculating differences in age, education and occupation between pregnant women and their co-residing intimate partners and identifying the largest contribution to family income. The conceptual model was tested with structural equation modeling and showed acceptable fit. The prevalence of any type of intimate partner violence was 29.8% in São Luís and 20.1% in Ribeirão Preto. In both municipalities, pregnant women were more likely to suffer exclusive psychological and physical/sexual violence when they had the highest income in the family (p < 0.005). In São Luís, physical/sexual violence was more common among women who were better educated than their partners (standardized coefficient, SC = -0.466; p = 0.007). In Ribeirão Preto, exclusive psychological violence was more frequent among women who had lower status occupations than their partners (SC = 0.236; p = 0.004). Inversion of traditional gender roles is associated with exclusive psychological and physical/sexual violence against pregnant women by their co-residing intimate partners. These findings suggest that women's empowerment at an individual level does not necessarily relieve them of intimate partner abuse in social contexts where traditional gender norms persist.
O estudo analisou a associação entre a inversão de papéis tradicionais de gênero e violência psicológica exclusiva e física/sexual por parceiros íntimos, em um estudo transversal com gestantes brasileiras usuárias de serviços de pré-natal nos municípios de São Luís, Maranhão (n = 992) e Ribeirão Preto, São Paulo (n = 943). As gestantes tinham idades de 12 e 45 anos. A inversão dos papéis tradicionais de gênero foi avaliada cálculando diferenças em idade, escolaridade e ocupação entre as gestantes e seus parceiros íntimos residentes, e a pessoa que mais contribuía para a renda familiar. O modelo conceitual foi testado com modelagem de equações estruturais e mostrou ajuste aceitável. A prevalência de qualquer tipo de violência cometida pelo parceiro íntimo foi de 29,8% em São Luís e 20,1% em Ribeirão Preto. Nos dois municípios, as gestantes mais frequentemente sofreram violência psicológica exclusiva e física/sexual quando eram a pessoa de maior renda na família (p < 0,005). Em São Luís, violência física/sexual era mais comum entre mulheres com mais escolaridade em relação aos seus parceiros (coeficiente padrão, CP = -0,466; p = 0,007). Em Ribeirão Preto, violência psicológica exclusiva era mais frequente entre mulheres com ocupações de menor status em relação aos parceiros (CP = 0,236; p = 0,004). A inversão dos papéis de gênero tradicionais está associada à violência psicológica exclusiva e à violência física/sexual contra as gestantes por seus parceiros íntimos. Os achados sugerem que o empoderamento individual das mulheres não necessariamente protege contra o abuso pelos parceiros íntimos em contextos sociais em que persistem as normas de gênero tradicionais.
Este estudio analizó la asociación entre la inversión de los tradicionales roles de género y la violencia doméstica exclusiva psicológica y física/sexual, en un estudio transversal con mujeres embarazadas brasileñas, identificadas a través de los servicios prenatales en los municipios de São Luís, Maranhão (n = 992) y Ribeirão Preto, São Paulo (n = 943). Las mujeres embarazas se encontraban en un rango de edad entre los 12 y los 45 años. La inversión de los roles tradicionales de género fue evaluada calculando las diferencias de edad, educación y ocupación entre las mujeres embarazadas y las parejas que residen con ellas, e identificando quién realiza la contribución más grande a los ingresos familiares. El modelo conceptual fue probado con el modelado de ecuaciones estructurales, y mostró un ajuste aceptable. La prevalencia de cualquier tipo de violencia por parte de la pareja fue del 29,8% en São Luís y 20,1% en Ribeirão Preto. En ambos municipios, las mujeres embarazadas fueron más proclives a sufrir violencia exclusiva psicológica y física/sexual, cuando contaban con los ingresos más altos en la familia (p < 0.005). En São Luís, la violencia física/sexual fue más común entre mujeres que estuvieron mejor educadas que sus parejas (coeficiente estandarizado, CE = -0.466; p = 0.007). En Ribeirão Preto, la violencia exclusiva sicológica fue más frecuente entre mujeres que tenían ocupaciones de estatus inferior al de sus parejas (CE = 0.236; p = 0.004). La inversión de roles tradicionales está asociada con la violencia exclusiva psicológica y física/sexual contra las mujeres embarazadas por parte de las parejas que residen con ellas. Estos hallazgos sugieren que el empoderamiento de las mujeres en un nivel individual no las alivia necesariamente del abuso por parte sus parejas en contextos sociales donde persisten las normas tradicionales de género.

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