Vulnerabilidade a formas graves de COVID-19: uma análise intramunicipal na cidade do Rio de Janeiro, Brasil
Vulnerabilidad socioespacial y formas graves de COVID-19: un análisis intramunicipal en la ciudad de Río de Janeiro, Brasil
Vulnerability to severe forms of COVID-19: an intra-municipal analysis in the city of Rio de Janeiro, Brazil

Cad. Saúde Pública (Online); 36 (5), 2020
Publication year: 2020

Diante da pandemia de COVID-19 e da escassez de ferramentas para orientar as ações de vigilância, controle e assistência de pessoas infectadas, o presente artigo tem por objetivo evidenciar áreas de maior vulnerabilidade aos casos graves da doença na cidade do Rio de Janeiro, Brasil, caracterizada por grande heterogeneidade socioespacial. Para o estabelecimento dessas áreas foi elaborado um índice de vulnerabilidade aos casos graves de COVID-19 com base na construção, ponderação e integração de três planos de informação: a densidade intradomiciliar média, a densidade de pessoas com 60 anos ou mais (ambas por setor censitário) e a incidência de tuberculose por bairros no ano de 2018. Os dados referentes à densidade intradomiciliar e de pessoas com 60 anos ou mais provêm do Censo Demográfico de 2010 e os de incidência de tuberculose do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). A ponderação dos indicadores que compuseram o índice foi realizada por meio da Análise Hierárquica de Processos (AHP), e os planos de informação foram integrados pela Combinação Linear Ponderada por álgebra de mapas. A espacialização do índice de vulnerabilidade aos casos graves na cidade do Rio de Janeiro evidencia a existência de áreas mais vulneráveis em diferentes porções do território, refletindo a sua complexidade urbana. Contudo, é possível observar que as áreas de maior vulnerabilidade estão nas regiões Norte e Oeste da cidade e em comunidades carentes encrustadas nas áreas nobres como as zonas Sul e Oeste. A compreensão dessas condições de vulnerabilidade pode auxiliar no desenvolvimento de estratégias de monitoramento da evolução da doença, bem como para o direcionamento das ações de prevenção e promoção da saúde.
Ante la pandemia de COVID-19, y la escasez de instrumentos para orientar las acciones de vigilancia, control y asistencia a las personas infectadas, el objetivo de este artículo persigue resaltar las áreas de mayor vulnerabilidad, donde se producen los casos graves de la enfermedad en la ciudad de Río de Janeiro, Brasil, caracterizada por una gran heterogeneidad socioespacial. Para el establecimiento de esas áreas se elaboró un índice de vulnerabilidad con los casos graves de COVID-19, a partir de la creación, ponderación e integración de tres planos de información: el de densidad intradomiciliaria media, el de densidad de personas con 60 años o más (ambas por sector de censo), y la incidencia de tuberculosis por barrios en el año 2018. Los datos referentes a la densidad intradomiciliaria y de personas con 60 años o más proceden del Censo Demográfico de 2010 y los de incidencia de tuberculosis del Sistema de Información para Enfermedades de Notificación (SINAN). La ponderación de los indicadores que formaron parte del índice se realizó mediante el Proceso Analítico Jerárquico (AHP por sus siglas en inglés) y los planos de información se integraron a través de la Combinación Lineal Ponderada por álgebra de mapas. La espacialización del índice de vulnerabilidad en lo que se refiere a los casos graves, en la ciudad de Río de Janeiro, pone en evidencia la existencia de áreas más vulnerables en diferentes áreas del territorio, reflejando su complejidad urbana. Por ello, es posible observar que las áreas de mayor vulnerabilidad se encuentran en las Regiones Norte y Oeste de la ciudad, así como en comunidades sin recursos insertadas en áreas pudientes como las Zonas Sur y Oeste. La comprensión de estas condiciones de vulnerabilidad puede apoyar el desarrollo de estrategias de supervisión de la evolución de la enfermedad, así como la dirección de acciones de prevención y promoción de la salud.
Given the characteristics of the COVID-19 pandemic and the limited tools for orienting interventions in surveillance, control, and clinical care, the current article aims to identify areas with greater vulnerability to severe cases of the disease in Rio de Janeiro, Brazil, a city characterized by huge social and spatial heterogeneity. In order to identify these areas, the authors prepared an index of vulnerability to severe cases of COVID-19 based on the construction, weighting, and integration of three levels of information: mean number of residents per household and density of persons 60 years or older (both per census tract) and neighborhood tuberculosis incidence rate in the year 2018. The data on residents per household and density of persons 60 years or older were obtained from the 2010 Population Census, and data on tuberculosis incidence were taken from the Brazilian Information System for Notificable Diseases (SINAN). Weighting of the indicators comprising the index used analytic hierarchy process (AHP), and the levels of information were integrated via weighted linear combination with map algebra. Spatialization of the index of vulnerability to severe COVID-19 in the city of Rio de Janeiro reveals the existence of more vulnerable areas in different parts of the city's territory, reflecting its urban complexity. The areas with greatest vulnerability are located in the North and West Zones of the city and in poor neighborhoods nested within upper-income parts of the South and West Zones. Understanding these conditions of vulnerability can facilitate the development of strategies to monitor the evolution of COVID-19 and orient measures for prevention and health promotion.

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