Rev. bras. epidemiol; 23 (), 2020
Publication year: 2020
RESUMO:
Introdução: A pesquisa objetivou investigar a associação entre os aspectos psicossociais e o impacto das condições bucais sobre a qualidade de vida de adultos, escopo ainda pouco explorado em pesquisas nacionais. Método:
Um estudo transversal de base populacional foi realizado com 1.100 adultos de 20 anos de idade ou mais, em uma cidade de médio porte do Rio Grande do Sul. O desfecho foi avaliado por meio do Oral Health Impact Profile (OHIP-14) enquanto as exposições incluíram medidas de apoio social, resiliência, senso de coerência, espiritualidade, qualidade de vida e estresse. Foram calculadas as razões de chances brutas e ajustadas, bem como seus intervalos de confiança de 95% utilizando-se regressão logística ordinal. Resultados:
Após o ajuste para variáveis demográficas, socioeconômicas e comportamentais, indivíduos com baixo apoio social, baixo senso de coerência, baixa qualidade de vida e alto nível de estresse possuíam respectivamente 2,16; 2,90; 2,94; 1,50 vezes mais chance de relatar um pior impacto da condição na qualidade de vida quando comparados aos indivíduos com estas características favoráveis. Conclusões:
Os achados sugerem que os aspectos psicossociais podem influenciar a avaliação que as pessoas fazem do impacto da condição bucal sobre a qualidade de vida. É importante que políticas, programas e serviços de saúde reconheçam a relação mútua entre os indicadores de saúde bucal e os aspectos psicossociais de adultos.
ABSTRACT:
Introduction: This research aimed to investigate the association between psychosocial aspects and the impact of oral health on quality of life among adults. Method:
This population-based cross-sectional study was conducted with 1,100 adults aged 20 years or older from a medium-sized city in Rio Grande do Sul, Southern Brazil. The outcome was Oral Health Impact Profile (OHIP-14) in three categories: better (OHIP=0: 50% of lower scores), moderate (OHIP 1-12.6:
25% of intermediate scores), and worse (OHIP≥12.7:
25% of higher scores). The exposures included measurements of social support, resilience, sense of coherence, spirituality, quality of life, and stress. We calculated crude and adjusted odds ratios and their respective 95% confidence intervals using ordinal logistic regression. Results:
After adjustment for demographic, socioeconomic, and behavioral variables, individuals with low social support, low sense of coherence, low quality of life, and high level of stress were, respectively, 2.16, 2.90, 2.94, and 1.50 times more likely to report a worse impact of oral health on quality of life than those with favorable characteristics. Conclusions:
The findings suggest that psychosocial aspects can influence the perceived impact of oral health on quality of life. Health policies, programs, and services must recognize the mutual relationship between oral health indicators and psychosocial aspects among adults.