Violência e resgate do humano: um olhar fenomenológico para a periferia de Salvador
Violence and human rescue: a phenomenological look over Salvador ́s periphery
Violencia y rescate de lo humano: una mirada fenomenológica hacia la periferia de Salvador

Psicol. Estud. (Online); 22 (4), 2017
Publication year: 2017

O artigo relata uma pesquisa cujo objetivo foi compreender as vivências fundamentais de pessoas inseridas em um contexto de violência e investigar a repercussão destas vivências em seu processo formativo, tomando como referência a fenomenologia de Edith Stein. A pesquisa se deu no bairro do Uruguai, periferia de Salvador (BA) e o acesso às vivências ocorreu pela confecção de um diário de bordo e pela realização de entrevistas abertas. Foram realizadas análises do percurso individual de quatro participantes e de 15 entrevistas em que foram identificadas oito vivências fundamentais, descritas e analisadas do ponto de vista formativo: improviso; morte; chagas; violência; solidariedade; periferia; maternidade e religiosidade. O estudo mostrou a contribuição de Edith Stein para a compreensão da violência do ponto de vista antropológico e para uma aproximação mais humana daqueles que habitam as periferias. Mostrou que mesmo em um contexto de violência, a pessoa é capaz de se posicionar livremente frente às situações externas e às próprias determinações, estruturando e buscando perspectivas de vida para além do que está dado. Neste sentido, uma intervenção possível em contextos de violência seria ajudar as pessoas a tomarem distância do vivido e a se fortalecerem interiormente de modo a elaborar respostas pessoais, participando ativamente da própria formação e da transformação do seu contexto.
The article reports a research whose objective was to understand the fundamental lived experiences (traduzo vivência como experiência vivida–lived experiences) of people inserted in a context of violence and investigate the repercussion of these experiences in their formative process, taking as reference the phenomenology of Edith Stein. The research was carried out in the neighborhood of Uruguay, in the outskirts of Salvador (BA) and the access to the lived experiences was done through producing a daily journal and open interviews.

We carried out analyzes of the individual course of four participants and fifteen interviews in which eight fundamental lived experiences were described and analyzed from a formative point of view:

improvisation; death; woundedness; violence; solidarity; periphery; maternity and religiosity. The study showed Edith Stein's contribution to the understanding of violence from an anthropological point of view and to a more humane approach to those who inhabit the peripheries. It showed that even in a context of violence, the person is able to position himself freely in the face of external situations and determinations, structuring and seeking perspectives of life beyond what is given. In this sense, a possible intervention in contexts of violence would be to help people to distance themselves from the lived and to strengthen themselves internally in order to elaborate personal responses, actively participating in itself formation and in the transformation of its context.
El artículo relata una investigación cuyo objetivo fue comprender las vivencias fundamentales de personas insertas en un contexto de violencia e investigar la repercusión de estas vivencias en su proceso formativo, tomando como referencia la fenomenología de Edith Stein. La investigación se dio en el barrio de Uruguay, periferia de Salvador (BA) y el acceso a las vivencias ocurrió por la confección de un diario de a bordo y por la realización de entrevistas abiertas. Se realizaron análisis del recorrido individual de cuatro participantes y de quince entrevistas en las que se identificaron ocho vivencias fundamentales, descritas y analizadas desde el punto de vista formativo: improviso; muerte; llagas; violencia; solidaridad; periferia; la maternidad y la religiosidad. El estudio mostró la contribución de Edith Stein para la comprensión de la violencia desde el punto de vista antropológico y para una aproximación más humana de aquellos que habitan las periferias. Se mostró que incluso en un contexto de violencia, la persona es capaz de posicionarse libremente frente a las situaciones externas ya las propias determinaciones, estructurando y buscando perspectivas de vida más allá de lo que está dado. En este sentido, una intervención posible en contextos de violencia sería ayudar a las personas a tomar distancia de lo vivido ya fortalecerse interiormente para elaborar respuestas personales, participando activamente en la propia formación y la transformación de su contexto.

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