Rev. APS; 21 (4), 2018
Publication year: 2018
Objetivo:
Identificar a demanda e a proporção de uso das práticas integrativas e complementares (PIC) pela população residente em área de abrangência de unidade básica de saúde (UBS).
Métodos:
Inquérito epidemiológico entre os usuários de uma UBS, em um municÃpio de médio porte em Minas Gerais. A população de estudo consistiu de adultos residentes na área de abrangência desta UBS, atendidos no mês de agosto de 2016. Foram realizadas entrevistas diretas com os pacientes, utilizando um questionário estruturado e estimadas prevalências de respostas positivas a cada questão, testando para associações entre variáveis, com o teste qui-quadrado. Resultados:
Entre os entrevistados, houve o predomÃnio de mulheres, da raça/cor branca, religião católica, escolaridade fundamental incompleta, com cônjuge, ocupação do lar e equilÃbrio entre as faixas etárias. A grande maioria (88,3%) conhecia alguma PIC, sendo as mais conhecidas a acupuntura (78,9%) e a homeopatia (67,7%). Cerca de metade (53,3%) já utilizou alguma PIC, e as mais usadas foram a fitoterapia (36,0%) e a homeopatia (24,3%). A demanda percebida de atendimento pelas PIC foi de 81,9% e de informação de 92,5%, com pequenas diferenças entre as diversas PIC. Apenas 34,9% dos usuários da UBS sabiam que as PIC são oferecidas em serviços públicos de saúde do municÃpio, sendo a homeopatia a que teve maior proporção (25,3%). Dentre as variáveis sociodemográficas, o conhecimento sobre as PIC esteve associado à escolaridade mais alta, o uso das PIC ao sexo feminino, a necessidade de informação sobre as PIC à raça/cor não branca e à s religiões evangélicas, e o conhecimento sobre as PIC estarem disponÃveis no SUS à idade mais elevada. A necessidade de atendimento pelas PIC não se associou a nenhuma variável.
Objective:
To identify the demand and proportion of use of integrative and
complementary practices (ICPs) by the population residing in the area covered by
the basic health unit (BHU).
Methods:
Epidemiological survey among users of a BHU in a medium-sized
municipality in Minas Gerais. The study population consisted of adults residing in
the area covered by this BHU, attended in August 2016. Direct interviews were
conducted with the patients, using a structured questionnaire and estimated
prevalence of positive responses to each question, testing for associations between
variables, with the chi-square test.
Results:
There was a predominance of women of white race/color, catholic religion,
incomplete basic education, married, household occupation and balance between
the age groups. The vast majority (88.3%) was familiar with some ICPs, and
acupuncture (78.9%) and homeopathy (67.7%) were the most popular. About half
of them (53.3%) had already used some ICPs, and the most used were phytotherapy
(36.0%) and homeopathy (24.3%). The perceived demand for ICPs care was 81.9%
and for information was 92.5%, with small differences between the various ICPs.
Only 34.9% of the BHU users knew that ICPs were offered in public health services
in the municipality, homeopathy had the highest proportion (25.3%). Among the
sociodemographic variables, the knowledge about ICPs was associated with higher
education, the use of ICPs among females, the need for information about ICPs
aimed at non-white race / color and evangelical religions, and knowledge about
ICPs available in the SUS at the highest age. The need for ICPs care was not
associated with any variable.
Conclusion:
This study identified the existence of a population demand for ICPs that
is not yet fully covered by the health system. It also identified a need for
information regarding conceptual aspects of ICPs and the current offer of SUS.