Arte e vida entre visibilidade e invisibilidade
Art and life between visibility and invisibility
Arte y vida entre visibilidad e invisibilidad

Arq. bras. psicol. (Rio J. 2003); 72 (1), 2020
Publication year: 2020

A partir da obra final de Merleau-Ponty e de suas reflexões sobre visível e invisível, carne e linguagem, arte e vida, neste ensaio abordamos o tema da visibilidade e da invisibilidade. Transitando entre psicologia, arte e filosofia, dialogamos com as propostas de Didi-Huberman sobre ver e ser olhado e de Roland Barthes sobre o fotográfico, tendo em vista pensar a experiência e os processos de produção de subjetividade e de mundo. Tomando como referência duas cenas de performances teatrais protagonizadas por moradores de favelas, discutimos o estatuto da visibilidade e da invisibilidade em relação com a problemática da imagem na produção e reprodução de cultura, subjetividades e modos de perceber. Sendo imagens-clichês sedimentações culturais fixadas que se reproduzem como cópias, perpetuando-se como verdades e promovendo uma espécie de apagamento do invisível, consideramos que a arte traz a possibilidade da experiência de abrir o tempo, visibilizar o invisível e encontrar o outro.
Considering the last works of Merleau-Ponty and his reflections on visible and invisible, flesh and language, art and life, in this essay we discuss visibility and invisibility. Moving between psychology, art and philosophy, we stablish a dialogue with Didi-Huberman's work on seeing and being seen and Roland Barthes on the photographic, in order to think about experience and the processes of subjectivation. Based on two scenes of theatrical performances by favela dwellers, we discuss the status of visibility and invisibility in relation to the problematic of image in the production and reproduction of subjectivities and ways of perceiving. Considering images-cliché as cultural sedimentation that reproduce as copies, perpetuating themselves as truths and promoting a kind of erasure of the invisible, we argue that art allows a kind of experience capable of opening time, making the invisible visible and encountering otherness.
Del trabajo final de Merleau-Ponty y sus reflexiones sobre lo visible y lo invisible, la carne y el lenguaje, el arte y la vida, este ensayo aborda el tema de la visibilidad y la invisibilidad. Moviéndonos entre psicología, arte y filosofía, dialogamos con las propuestas de Didi-Huberman sobre ver y ser mirado y de Roland Barthes sobre lo fotográfico, para pensar sobre la experiencia y los procesos de producción de subjetividad y de mundo. Tomando como referencia dos escenas de performances teatrales realizadas por habitantes de barrios marginales, discutimos el estatuto de la visibilidad y la invisibilidad en relación con la problemática de la imagen en la producción y reproducción de cultura, subjetividades y formas de percepción. Al ser imágenes cliché sedimentaciones fijas culturales que se reproducen como copias, perpetuándose como verdades y promoviendo una especie de eliminación de lo invisible, consideramos que el arte brinda la posibilidad de la experiencia de apertura del tiempo, de visualizar lo invisible y de encontrar al otro.

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