J. Hum. Growth Dev. (Impr.); 30 (2), 2020
Publication year: 2020
INTRODUCTION:
Unwanted pregnancy is a serious consequence for women who experience sexual violence. Although deciding on abortion is frequent in these cases, there is not much information on women who give up abortion in this circumstanceOBJECTIVE: To analyse the associated factors in abortion withdrawal of sexual violence pregnancyMETHODS: A cross-sectional epidemiological study with a convenience sample of adolescents and women with pregnancy due to sexual violence and requesting legal abortion between August 1994 and December 2012, at Hospital Pérola Byington, São Paulo, Brazil. Pregnant women who gave up abortion after receiving the procedure approval were included and, in another group, pregnant women who completed the abortion. The variables were selected from a digitized database and analyzed using SPSS 15.0 software. The outcome was abortion withdrawal. The study variables were age; low education level; gestational age; color/black ethnicity; not being united; declare religion; serious threat from the aggressor; known offender; and residence of the aggressor. Odds ratios with 95% confidence intervals were calculated. The analysis used Wald's chi-square test (χ2W) and logistic regression with variable of interest defined as the known aggressor. The research was approved by the Research Ethics Committee of the Federal University of São Paulo, Opinion No. 6767RESULTS:
The study included 941 women, 849 (90.2%) who had an abortion and 92 (9.8%) who gave up after being approved. Age ranged from 10-46 years, mean 23.2 ± 7.9 years, gestational age 4-22 weeks, average 11.9 ± 4.5 weeks. Among those who gave up abortion, 12.0% were <14 years old; 50.0% had gestational age ≥ 13 weeks; 50.0% had low education; 14.2% were black; 90.2% single; 85.9% declared to have religion; 50.0% were threatened; 12.0% of the cases occurred at the perpetrator's residence and 53.3% of the victims were raped by known perpetrators. In logistic regression, the only significant variable was the known perpetrator, increasing the victim's chance of giving up abortion twiceCONCLUSION: The known sex offender has influenced the woman or adolescent's decision to give up legal abortion
INTRODUÇÃO:
A gravidez forçada é uma grave consequência para mulheres que sofrem violência sexual. Embora decidir pelo aborto seja frequente nestes casos, há escassa informação sobre as mulheres que desistem de realizar ao aborto nessa circunstânciaOBJETIVO: Analisar os fatores associados na desistência do abortamento de gestação decorrente de violência sexualMÉTODO: A cross-sectional epidemiological study com amostra de conveniência de adolescentes e mulheres com gravidez decorrente de violência sexual e solicitação de aborto legal entre agosto de 1994 e dezembro de 2012, no Hospital Pérola Byington, São Paulo, Brasil. Foram incluídas gestantes que desistiram de realizar o aborto após receberem aprovação do procedimento e, em outro grupo, as gestantes que concluíram o aborto. As variáveis foram selecionadas de banco de dados digitalizado e analisadas em software SPSS 15.0. O desfecho foi desistência do aborto. As variáveis de estudo foram a idade, baixa escolaridade; idade gestacional; cor/etnia negra; não estar unida; declarar religião; grave ameaça do agressor; agressor conhecido; e residência do agressor. Foram calculadas as razões de chances (Odds Ratio) com intervalo de confiança de 95%. A análise utilizou teste de qui-quadrado de Wald (χ2W) e regressão logística com variável de interesse definida como o agressor conhecido. A pesquisa recebeu aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Federal de São Paulo, Parecer nº 6767RESULTADOS: O estudo contou com 941 mulheres, sendo 849 (90,2%) que realizaram o aborto e 92 (9,8%) que desistiram após receberem aprovação. A idade variou de 10-46 anos, média 23,2±7,9 anos, com idade gestacional de 4-22 semanas, média 11,9±4,5 semanas. Entre as que desistiram do aborto, 12,0% tinham idade < 14 anos; 50,0% apresentaram idade gestacional ≥ 13 semanas; 50,0% tinham baixa escolaridade; 14,2% eram negras; 90,2% solteiras; 85,9% declararam ter religião; 50,0% sofreram ameaça; 12,0% dos casos ocorreram na residência do agressor e 53,3% das vítimas foram violentadas por agressores conhecidos. Na regressão logística, a única variável significante foi o agressor conhecido, aumentando em duas vezes a chance da vítima de desistir do abortoCONCLUSÃO: O agressor sexual conhecido exerceu influência na decisão da mulher ou adolescente de desistir do aborto legal