Aspectos psicogênicos e opções terapêuticas da ejaculação retardada
Psychogenic aspects and therapeutic options delayed ejaculation

Diagn. tratamento; 25 (2), 2020
Publication year: 2020

A ejaculação retardada caracteriza-se pelo atraso acentuado da ejaculação, mesmo com estimulação sexual adequada e desejo de ejacular. A prevalência estimada é de 1% a 4%. Tentativas prolongadas para atingir o orgasmo causam exaustão e desconforto genital. Há influência de fatores biopsicossociais-comportamentais e culturais que podem desencadear, reforçar ou agravar a probabilidade de ocorrência. Pode ser desencadeada por medicações. Conduz a uma menor satisfação no relacionamento, ansiedade com o desempenho sexual, a uma atividade sexual menos frequente e problemas relacionados à saúde. Portadores sentem menos excitação sexual subjetiva, apesar da resposta erétil ser boa, e diminuição da sensibilidade peniana. A frequência de masturbação é alta, com estilo próprio e as fantasias sexuais preferidas não ocorrem no sexo com parceria. Preferem masturbação ao sexo compartilhado. Mantêm a ereção, mesmo quando perdem a excitação, aparentemente pela necessidade de satisfazer a parceria. Os fatores psicológicos incluem medos, hostilidade, ansiedade de desempenho e sentimento de culpa. O tratamento deve ser particularizado, individual ou do casal. Dados limitados apoiam psicoterapia, farmacoterapia e/ou estimulação vibratória peniana como opções de manejo. Indicadas reeducação masturbatória e aproximação das fantasias à realidade do paciente. Fantasias sexuais não convencionais são frequentes e dificultam o tratamento. A psicoterapia busca diminuir o estigma, facilitar a comunicação entre os parceiros, informar e diminuir a ansiedade relacionada à atividade sexual. Também são úteis as atividades lúdicas e as práticas sexuais alternativas. Os casos mais graves se beneficiam do tratamento medicamentoso integrado ao psicoterapêutico, mesmo havendo complicações psicossociais-comportamentais e culturais concomitantes.

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