A Memória das Comunidades Eclesiais de Base à Luz da Psicologia da Libertação
The Memory of the Christian Base Communities in Light of the Liberation Psychology
La Memoria de las Comunidades Eclesiales de Base a la Luz de la Psicología de la Liberación

Estud. pesqui. psicol. (Impr.); 20 (2), 2020
Publication year: 2020

A memória das lutas populares anda de par com a conscientização política da sociedade e, nesse sentido, a pesquisa com memória pode oferecer contribuições importantes para novas lutas emergentes. Neste artigo visamos discutir a relevância da reconstrução da memória política das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) no contexto brasileiro a partir de um desdobramento teórico de sugestões práticas feitas por Ignacio Martín-Baró. Destacamos a importância de um movimento social que emergiu das CEBs para o processo de redemocratização brasileira na década de 1980. Com aportes da Psicologia da Libertação, argumentamos que a reconstrução da memória das CEBs pode contribuir: (1) para a construção de movimentos sociais de resistência contra os recentes ataques aos direitos, oferecendo importantes lições sobre as suas formas de luta; (2) para desfazer mitos sobre a experiência das camadas populares na ditadura (1964-1985), mostrando que a resistência contra o regime militar não era exclusividade da esquerda tradicional, mas também contava com a revolta de populações periféricas; e (3) para reafirmar as virtudes populares, em particular a capacidade inventiva do povo na organização e mobilização por novas formas de relações sociais. Com isso, na linha de Martín-Baró, reivindicamos um lugar para a psicologia junto às maiorias populares. (AU)
The memory of popular struggles goes hand in hand with society's political awareness and, in this sense, memory researches can offer important contributions to new emerging struggles. In this article, we discuss the relevance of the reconstruction of the political memory of the Christian Base Communities (CEBs) in the brazilian context from a theoretical development of practical suggestions made by Ignacio Martín-Baró. We highlight the importance of a social movement that emerged from the CEBs for the process of brazilian redemocratization in the 1980s. With contributions from Liberation Psychology, we argue that the reconstruction of CEBs' memory can contribute: (1) to the construction of social movements of resistance against recent attacks on social and human rights, offering important lessons on their forms of struggle; (2) to dispel myths about the experience of the lower classes in brazilian dictatorship (1964-1985), showing that the resistance against the military regime was not exclusive to the traditional left, but also counted on the revolt of peripheral populations; and 3) to reaffirm the popular virtues, in particular the inventive capacity of the people in organizing and mobilizing for new forms of social relations. In line with Martín-Baró, we claim a place for psychology with the popular majorities. (AU)
La memoria de las luchas populares camina junto a la concientización política de la sociedad y, en este sentido, la investigación de la memoria puede ofrecer importantes contribuciones a nuevas luchas emergentes. En este artículo discutimos la relevancia de la reconstrucción de la memoria política de las Comunidades Eclesiales de Base (CEBs) en el contexto brasileño a partir de un desarrollo teórico de sugerencias prácticas hechas por Ignacio Martín-Baró. Destacamos la importancia de un movimiento social que surgió de las CEBs en el proceso de redemocratización brasileña en la década de 1980. Con aportes de la Psicología de la Liberación, sostenemos que la reconstrucción de la memoria de las CEBs puede contribuir: (1) a la construcción de movimientos sociales de resistencia contra los recientes ataques a los derechos, ofreciendo importantes lecciones sobre sus formas de lucha; (2) a disipar los mitos sobre la experiencia de las clases populares en la dictadura brasileña (1964-1985), demostrando que la resistencia contra el régimen militar no era exclusiva de la izquierda tradicional, sino que también contaba con la revuelta de las poblaciones periféricas; y 3) a reafirmar las virtudes populares, en particular la capacidad inventiva del pueblo para organizarse y movilizarse para nuevas formas de relaciones sociales. Con esto, en línea con Martín-Baró, reclamamos un lugar para la psicología con las mayorías populares. (AU)

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