Rev. bras. geriatr. gerontol. (Online); 23 (1), 2020
Publication year: 2020
Objetivo:
analisar a incidência e mortalidade por COVID-19 na população idosa no Brasil e sua relação com variáveis contextuais. Métodos:
foram incluídas as 22 Unidades Federativas brasileiras que apresentaram 50 óbitos ou mais por COVID-19 até o dia 25 de maio de
2020. Considerou-se como variáveis dependentes as taxas de incidência acumulada, mortalidade acumulada e letalidade acumulada em idosos. Entre as variáveis contextuais, foram incluídas a oferta de serviços e profissionais de saúde, indicadores demográficos, de renda e desenvolvimento. As variáveis foram analisadas de forma descritiva e bivariada pela correlação de Spearman. Resultados:
o estado do Pará apresentou a maior taxa de incidência e mortalidade em idosos. As maiores taxas de letalidade acumulada entre
os idosos foram observadas na Bahia (56,46%), Rio de Janeiro (48,10%) e Pernambuco (40,76%). Observou-se correlação moderada negativa significativa entre a taxa de incidência acumulada e o índice de envelhecimento (rho= -0,662; p=0,001) e a proporção de idosos
(rho= -0,659; p=0,002); e entre a taxa de mortalidade e o índice de envelhecimento (rho= -0,520; p=0,013) e a proporção de idosos (rho= -0,502; p=0,017). A taxa de incidência acumulada e a taxa de mortalidade também apresentaram, respectivamente, correlação
moderada positiva significativa com a proporção de pretos e pardos (rho=0,524; p=0,018 e rho=0,558; p=0,007) e com a razão de renda (rho=0,665; p=0,0001 e rho=0,683; p<0,001). Conclusões:
a situação epidemiológica brasileira mostra que a mortalidade de idosos por
COVID-19 no Brasil está relacionada a aspectos demográficos e de distribuição de renda
Objective:
to analyze the incidence of and mortality caused by COVID-19 in the older population in Brazil and its relationship with contextual variables. Methods:
the 22 Brazilian states (including the Federal District) with 50 deaths or more due to COVID-19 by May
25th, 2020 were included. The rates of accumulated incidence, accumulated mortality and accumulated lethality among older adults were considered as dependent variables. Among the contextual variables, the provision of health services and professionals, and
demographic, income and development indicators were included. The variables were analyzed in a descriptive and bivariate manner using Spearman’s correlation.
Results:
the state of Pará had the highest incidence and mortality rate among older adults. The highest accumulated lethality rates among this population were observed in Bahia (56.46%), Rio de Janeiro (48.10%) and Pernambuco (40.76%). There was a significant negative moderate correlation between the accumulated incidence rate and the aging index (rho=-0.662; p=0.001) and the proportion of older adults (rho=-0.659; p=0.002); and between the mortality rate and the aging index (rho=-0.520; p=0.013) and the proportion of older
adults (rho=-0.502; p=0.017). The accumulated incidence rate and mortality rate also revealed, respectively, a significant positive correlation with the proportion of black (AfroBrazilian) and brown (mixed race) skinned people (rho=0.524; p=0.018 and rho=0.558; p=0.007) and with the income ratio (rho=0.665; p=0.0001 and rho=0.683; p<0.001).
Conclusions:
the Brazilian epidemiological situation shows that the mortality of older adults
due to COVID-19 in Brazil is related to demographic and income distribution aspects