J. bras. econ. saúde (Impr.); 12 (2), 2020
Publication year: 2020
Objetivos:
Este trabalho discute os recentes impactos do avanço tecnológico no mercado da saúde e a crescente importância do aumento de custos em toda a sua cadeia e investiga uma alternativa para aumentar o acesso a essas novas tecnologias por um maior número de pessoas na saúde suplementar. Nesse contexto, o objetivo geral proposto para este trabalho foi evidenciar as visões de gestores de saúde com papel de destaque no Brasil a respeito do uso de modelos de compartilhamento de risco (risk sharing) em diferentes geografias e em diferentes financiadores no sistema. Pretendeu-se aprofundar o tema com o cumprimento dos seguintes objetivos específicos, também sob a perspectiva dos participantes da pesquisa: verificar a utilização desses modelos de pagamento e, consequentemente, determinar as características e adaptações necessárias a eles; identificar os desafios para a consolidação do risk sharing na saúde suplementar; verificar o impacto do risk sharing nos custos com saúde das operadoras a partir da percepção dos entrevistados. Métodos:
Trata-se de estudo qualitativo, com entrevistas em profundidade com os principais gestores e formadores de opinião em saúde de diferentes instituições no Brasil, totalizando 25 entrevistas. A análise de conteúdo foi escolhida como método de interpretação e construção das categorias para a análise. Resultados:
Os resultados foram agrupados nas seguintes categorias: as sugestões e adaptações sugeridas para o melhor funcionamento na realidade brasileira; as críticas e desafios aos modelos propostos. Os resultados sugerem que o compartilhamento de risco pode ser uma alternativa capaz de promover uma nova forma de relacionamento entre os pagadores e a indústria fabricante, substituindo o tradicional modelo de remuneração, que limita a relação linear com todos os setores, buscando sempre o objetivo de atender o paciente com novas alternativas de acesso. Conclusões:
Em meio à complexidade do sistema de saúde brasileiro, é importante que os players avaliem novas alternativas de remuneração e incorporação tecnológica. Os desafios são inúmeros, desde a efetivação do perfil dos pacientes elegíveis até a aplicabilidade do risk sharing que ocorre a partir do interesse de ambas as partes em trazer novas tecnologias ao sistema, sem impactos orçamentários significativos, desde que seja viável clínica e economicamente, gerando valor em saúde, na efetividade e nos resultados de desfecho em taxa de sobrevida real
Objectives:
This paper discusses the recent impacts of technological advancement on the health
market, the growing importance of increasing costs throughout its chain, and investigates an
alternative to increasing the access of these new technologies to a greater number of people within
supplementary health. In this context, the general objective proposed for this work was to highlight
the views of health managers with a prominent role in Brazil regarding the use of risk-sharing models
in different regions and in different payers in the system. It was intended to deepen the theme
with the fulfillment of the following specific objectives, also from the perspective of the research participants: verify the use of these payment models and consequently determine the characteristics
and necessary adaptations for them; identify the challenges for the consolidation of risk-sharing in
Supplementary Health; to verify the impact of risk-sharing on health costs of operators based on
interviewees’ perceptions. Methods:
This is a qualitative study with in-depth interviews with main
health managers and opinion makers from different institutions in Brazil, totaling 25 interviews.
Content analysis was chosen as a method of interpretation and construction of categories for
analysis. Results:
The results were grouped into the following categories: the suggestions and
adaptations suggested for the best operation in the Brazilian reality; criticisms and challenges to the
proposed models. The results suggest that risk-sharing may be an alternative capable of promoting
a new form of relationship between payers and the manufacturing industry, replacing the traditional
remuneration model, which limits the linear relationship with all sectors, always seeking the objective
of assisting the patient with new access alternatives. Conclusions:
Amid the complexity of the
Brazilian health system, it is important for players to evaluate new alternatives for remuneration and
technological incorporation. The challenges are innumerable from the realization of the profile of
eligible patients and the applicability of risk-sharing that occurs from the interest of both parties
in bringing new technologies to the system, without significant budgetary impacts, as long as it is
clinically and economically viable, generating health value, effectiveness, and outcomes in survival
rates in real world evidences