Rev. bras. epidemiol; 23 (), 2020
Publication year: 2020
RESUMO:
Objetivo: Investigar a associação de variáveis contextuais e individuais com a hipertensão arterial sistêmica (HAS) em idosos brasileiros. Métodos:
Estudo transversal com dados da Pesquisa Nacional de Saúde (2013) e do Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil. A HAS foi definida pela medida direta da pressão arterial e/ou pelo uso de medicamentos para essa condição. As variáveis independentes contextuais foram o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) e o índice de Gini, por Unidade da Federação (UF). As variáveis independentes individuais incluíram fatores sociodemográficos, comportamentos em saúde, condições de saúde e uso de serviço de saúde. Utilizaram-se modelos logísticos multiníveis para o estudo dos fatores associados. Resultados:
Entre os 10.211 participantes com 60 anos ou mais, a prevalência de HAS foi de 66,7% (IC95% 65,1 - 68,3). Após ajuste para todas as variáveis, a chance de HAS foi maior nas UF com maior IDHM, em mulheres, com 70 anos ou mais, não brancas, com uma ou mais doenças crônicas, com excesso de peso e circunferência da cintura aumentada e entre aqueles que realizaram quatro ou mais consultas médicas no ano anterior. Por outro lado, foi observada associação negativa entre HAS e escolaridade. Conclusão:
O perfil individual associado à HAS foi semelhante ao já reportado na literatura, mas chama atenção que os idosos residentes nas UF de maior IDHM apresentaram maior chance de ter essa condição, sugerindo maior sobrevida dos hipertensos dessas regiões.
ABSTRACT:
Objective: To investigate the association of contextual and individual variables with systemic arterial hypertension (SAH) among elderly Brazilians. Methods:
Cross-sectional study with data from the National Health Survey (2013) and the Atlas of Human Development in Brazil. SAH was defined by direct measurement of blood pressure and/or the use of medications for this condition. The contextual independent variables were the Municipal Human Development Index (MHDI) and the Gini Index, by Federation Unit. The individual independent variables included sociodemographic factors, health behaviors, health conditions, and the use of health service. Multilevel logistic models were used to study the associated factors. Results:
Among the 10,211 participants aged 60 years and older, the prevalence of hypertension was 66.7% (95%CI 65.1 - 68.3). After adjusting for all variables, the chance of hypertension was higher in the Federation Units with the highest MHDI, in women, aged 70 years or older, in non-whites, with one or more chronic diseases, overweight and obesity, high waist circumference, and among those who had four or more medical appointments in the previous year. On the other hand, a negative association was observed between hypertension and education. Conclusion:
The individual profile associated with hypertension was similar to what had already been reported in the scientific literature, but it is noteworthy that the elderly residing in the higher MHDI Federation Units were more likely to have this condition, suggesting a higher survival of hypertensive patients in these regions.