Rev. bras. epidemiol; 23 (supl.1), 2020
Publication year: 2020
RESUMO:
Objetivos: Descrever o perfil dos atendimentos por agressões em unidades de urgência e emergência com base nos dados do Inquérito de Violências e Acidentes em Serviços Sentinela de Urgência e Emergência (VIVA Inquérito) 2011, 2014 e 2017 e comparar a evolução de seis indicadores ao longo de quatro (2011 a 2014) e sete anos (2011 a 2017). Métodos:
Estudo transversal, com dados das três últimas edições do VIVA Inquérito realizadas no Distrito Federal e em 19 capitais do Brasil. Foram selecionados os tipos de ocorrência:
agressão/maus-tratos e intervenção por agente público. Calcularam-se as frequências ponderadas das características das pessoas atendidas, das agressões, das lesões e da evolução dos casos, segundo o sexo. As diferenças entre as proporções foram comparadas pelo teste χ2. Também foram selecionados seis indicadores, e avaliou-se sua evolução ao longo dos anos por meio da variação percentual e do intervalo de confiança a 95%. Resultados:
Em grande parte dos atendimentos por agressão, os indivíduos eram negros, jovens e adultos, em ambos os sexos. A principal natureza das agressões foi física, alcançando mais de 85% em todos os inquéritos, seguida da negligência. Na comparação entre 2011 e 2017, as agressões de natureza negligência tiveram aumento significativo em ambos os sexos e em crianças e idosos; já as agressões de natureza sexual tiveram aumento significativo apenas em crianças. Conclusões:
O VIVA Inquérito é uma importante ferramenta para o Sistema de Vigilância de Violências e Acidentes do Brasil, proporcionando evidências para a tomada de decisões em Saúde Coletiva e para o enfrentamento e a prevenção das violências.
ABSTRACT:
Objectives: To describe the profile of care provided by aggressions in emergency units from the VIVA Survey 2011, 2014 and 2017 data, and to compare the evolution of six indicators over four (2011 to 2014) and seven years (2011 to 2017). Methods:
Cross-sectional study, using data from the last three editions of the VIVA Survey carried out in the Federal District and in 19 Brazilian capitals. The types of occurrence were selected:
aggression/mistreatment and intervention by a public agent. The weighted frequencies of the characteristics of the people assisted, of the aggressions, injuries and evolution of the cases were calculated, according to sex. Differences between proportions were compared using the χ2 Test. Six indicators were also selected and their evolution over the years was evaluated by means of the percentage variation and the 95% confidence interval. Results:
In most cases of aggression, the individuals were black, young and adult, of both sexes. The main nature of the assaults was physical, reaching over 85% in all investigations, followed by negligence. In the comparison between 2011 and 2017, "neglect" aggressions had a significant increase in both sexes and in children and the elderly; aggressions of a "sexual" nature had a significant increase only in children. Conclusions:
The VIVA Survey is an important tool for Brazil's Violence and Accident Surveillance System, providing evidence for public health decision-making and for coping with and preventing violence.